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segunda-feira, 23/06/2025




Defesa de Anderson Torres apresenta perícia ao STF sobre documento similar à minuta do golpe

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Uma perícia solicitada pela equipe de defesa de Anderson Torres indicou que o chamado documento conhecido como “minuta do golpe”, encontrado pela Polícia Federal na residência do ex-ministro da Justiça, apresenta grande semelhança com uma versão disponível para download na internet. Os advogados de Torres afirmaram que o documento seria, na verdade, mais uma “minuta do Google”, acessível para qualquer pessoa que deseje baixar.

Em uma análise detalhada dos documentos, o perito responsável esclareceu que a minuta localizada na casa de Torres difere de outro documento atribuído a Mauro Cid e que teria sido discutido em uma reunião entre Jair Bolsonaro (PL) e os comandantes das Forças Armadas durante a gestão do ex-presidente.

O laudo foi assinado por Roosevelt Alves Fernandes Leadebal Junior, que destacou que “foi observada uma compatibilidade substancial de conteúdo e estrutura entre a minuta analisada e a versão digital publicada em um site, cuja existência está formalmente registrada por Ata Notarial”, em referência ao documento encontrado na residência do ex-ministro, que foi anexado à Ação Penal 2.668.

Além disso, o perito ressaltou que o documento atribuído a Mauro Cid, que tem três páginas, não apresenta qualquer compatibilidade formal, textual ou estrutural com a minuta apreendida na casa de Torres.

Todos os documentos, incluindo transcrições, imagens e conclusões, foram anexados ao processo no qual Anderson Torres é réu junto com Jair Bolsonaro e outras seis pessoas. Essa anexação ocorreu um dia antes da acareação do ex-ministro com Freire Gomes.

A acareação está marcada para esta terça-feira, 24 de junho, no Supremo Tribunal Federal, e busca esclarecer pontos confusos nos depoimentos. Um desses pontos, para a defesa de Torres, é a alegação de Freire Gomes de que Torres teria participado de uma reunião na qual foi discutido o conteúdo da minuta golpista. O ex-ministro nega sua presença, e outros participantes também confirmam que Torres não estava presente no encontro, realizado em dezembro de 2022.

Em decisão proferida no dia 17 de junho, dentro da Ação Penal 2.668, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o Google fornecesse informações sobre quem publicou a “minuta do golpe” na internet, atendendo a um pedido da defesa de Anderson Torres. Os advogados ressaltaram que uma simples busca no Google pelo termo “conjur/dl” permite encontrar uma minuta com conteúdo idêntico ao do documento encontrado na residência do ex-ministro.

Durante seu depoimento como réu no STF, Torres declarou que não se recordava de ter recebido a minuta do golpe e brincou ao dizer que se trataria de uma “minuta do Google”, disponível para busca pública na internet.

Por sua vez, o ministro Moraes solicitou que a defesa apresentasse uma prova pericial capaz de demonstrar que o documento encontrado na casa de Torres não possui qualquer semelhança com os demais documentos antidemocráticos mencionados durante o processo de instrução. Foi exatamente este o material que a defesa entregou nesta segunda-feira, 23 de junho.




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