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sexta-feira, 01/11/2024
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Datena processa Marçal após ser chamado de ‘agressor de mulheres’ e ‘assediador sexual’

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Apresentador processou adversário por falas ditas em uma live realizada no último dia 16, um dia após o caso da ‘cadeirada’

José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (MDB) no debate promovido pela Record no último sábado, 28.
Foto: Reprodução/Youtube R7

O apresentador e candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) processou o influenciador Pablo Marçal (PRTB), adversário nas eleições de 2024. O tucano acusa o ex-coach de discriminação por gordofobia e ofensa contra sua moralidade e pede uma indenização de R$ 100 mil.

A ação foi apresentada à Justiça de São Paulo no último domingo, 29, e corre na 14ª Vara Cível, sob análise do juiz Christopher Alexander Roisin. Datena é representado pelos advogados Eduardo Leite e Renata Soltanovitch.

Na petição, a defesa do apresentador pede a indenização por frases ditas por Marçal em uma transmissão ao vivo realizada no último dia 16, um dia após o caso da ‘cadeirada’, quando Datena bateu no adversário com uma cadeira durante o debate promovido pela TV Cultura, no dia 15.

A ação aponta que Datena foi acusado na live de ser “assediador sexual”, “agressor de mulheres” e “cara que também tem problema com drogas”, entre outras ofensas. Uma vez que o apresentador tem 67 anos, os advogados apelaram ao Estatuto do Idoso, a fim de dar prioridade ao trâmite da ação.

“Como o intuito do requerido ‘Marçal’ é apenas ofender a personalidade pública do autor ‘Datena’, a condenação por dano moral é de rigor. As narrativas do requerido ‘Marçal’ para ganhar as eleições municipais de 2024 violam a intimidade e a vida privada do autor ‘Datena’, pois além das acusações não serem verdadeiras, isto ofende o íntimo não só do autor, mas também de sua família”, diz a petição.

Processo de Marçal
A ação de Datena foi protocolada na Justiça três dias após Marçal acionar o apresentador pela ‘cadeirada’. Na última quinta-feira, 26, o influenciador pediu R$ 100 mil em indenização por danos morais causados pela agressão.

Na petição, a defesa de Marçal, representada pelos advogados Paulo Hamilton e Tassio Renam Botelho, apontou que a agressão provocou “efeitos devastadores”, “constrangimento e humilhação pública”.

Datena é acusado de “uso da força bruta para calar um adversário político” e de “afronta direta ao processo democrático, colocando em risco a integridade do debate público, bem como a segurança dos demais candidatos e o direito do eleitorado de assistir a discussões eleitorais pautadas pelo respeito mútuo e pela troca de ideias”.

Em caso de vitória na Justiça, Marçal afirma que o valor da ação será doado a causas em defesa das mulheres.

“A indenização por danos morais não deve apenas punir o agressor e compensar a vítima, mas também deve ser suficiente para dissuadir futuros comportamentos agressivos e antiéticos, de modo a preservar a segurança e a credibilidade dos debates eleitorais, evitando que novos episódios de violência ameacem a democracia e o livre debate de ideias”, apontam os advogados.

Caso da ‘cadeirada’
A agressão de Datena contra Marçal se tornou um dos mais emblemáticos casos de violência política nas eleições de 2024. No dia 15, os candidatos à Prefeitura de São Paulo se encararam no debate promovido pela TV Cultura.

Toda a confusão começou no 4º bloco da transmissão. Os dois bateram boca logo no começo, pouco antes da agressão. “O que você fez comigo hoje foi terrível. Você me pediu perdão anteontem, eu te perdoei, agora não perdoo mais”, alegou Datena.

Em seguida, Marçal o chama de ‘arregão’. “Você atravessou o debate esses dias para me dar um tapa, e falou que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso”, disse o ex-coach. Nesse momento, o apresentador sai do seu púlpito, vai em direção ao oponente, e ocorre a fatídica cena em que ele pega a cadeira e acerta o influenciador. A transmissão é interrompida devido à agressão.

Paulo Hamilton Siqueira Junior, coordenador jurídico da campanha de Marçal, afirma que a ação do apresentador de TV foi premeditada, o que causou “efeitos devastadores” na esfera física, psicológica e moral, bem como o “constrangimento e humilhação pública” ao candidato do PRTB.

Segundo a defesa, o ex-coach teve uma fratura do sexto arco costal e também uma lesão no punho direito. Siqueira Junior também diz que seu cliente teve a imagem pública “severamente afetada”.

 

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