Você sabia que os peixes também precisam de cuidados veterinários especializados? A veterinária voltada para esses animais aquáticos tem ganhado destaque. Mas o que realmente faz um veterinário para peixes? Quais cuidados são necessários para manter a saúde dos seus companheiros de água? Vamos explorar essas questões e apresentar dicas úteis para quem ama peixes.
Veterinária para peixes: um campo em crescimento
A medicina veterinária para peixes não é algo novo, mas ainda pouco conhecida pelo grande público. Segundo Giuliano do Amaral, veterinário com especialização em animais silvestres e exóticos, essa área existe há décadas, mas recentemente tem se destacado pelo aumento do número de pessoas com peixes como animais de estimação. “Hoje, temos metodologias avançadas para diagnosticar e tratar enfermidades que antes eram desconhecidas”, explica Giuliano.
Peixes não eram inicialmente vistos como pets que necessitam de cuidados veterinários especiais. Contudo, com a popularização das espécies exóticas e a expansão do mercado de aquários, surgiu a demanda por profissionais preparados para tratar doenças, zelar pela saúde e prevenir problemas nos peixes. A medicina veterinária para peixes se desenvolveu na aquicultura e espécies comerciais, conquistando espaço em pets aquáticos.
Atualmente, veterinários especializados atendem uma ampla variedade de condições, desde doenças parasitárias e infecciosas até problemas ligados à qualidade da água. Cada espécie exige cuidados diferentes, como a temperatura e alimentação adequadas. Por exemplo, ciclídeos africanos preferem água alcalina (pH entre 8.5 e 9.5), enquanto neons amazônicos vivem melhor em água ácida (pH entre 6.2 e 6.8). Fora desses níveis, os peixes ficam susceptíveis a enfermidades.
Sinais que indicam que seu peixe precisa de cuidados
Assim como cães e gatos, peixes manifestam sinais quando estão doentes. Apatia, falta de apetite, escamas opacas e isolamento são indícios comuns. Também é frequente observar peixes esfregando-se em objetos, indicando possíveis parasitas, como o chamado “piolho de peixe”.
Giuliano chama atenção para problemas na bexiga natatória, que prejudicam a natação. Muitas vezes, esses distúrbios têm relação com problemas gastrointestinais causados por má alimentação ou água contaminada.
Doenças frequentes e cuidados para prevenção
Entre os males mais vistos em peixes de aquário estão o íctio (“doença dos pontos brancos”), hidropisia (inchaço abdominal) e infecções por parasitas como o verme âncora. O aquarista profissional Cleber Luiz da Silva sugere usar aquários hospitalares para tratar peixes doentes, evitando que medicamentos prejudiquem as bactérias úteis do aquário principal.
A melhor abordagem é a prevenção, mantendo a qualidade da água. Monitorar a amônia, cloro e temperatura evita muitos problemas. Também é importante cuidar para não superlotar o aquário, evitar excesso de ração e não misturar espécies incompatíveis.
Apesar de todos os cuidados, contar com um veterinário especializado é fundamental para diagnosticar e tratar corretamente. Esses profissionais orientam sobre os cuidados mais indicados, tendo como missão o bem-estar desses animais frequentemente negligenciados por falta de informação, segundo Giuliano.
Um serviço essencial oferecido é a análise da qualidade da água, fator crítico para o equilíbrio da saúde dos peixes. Muitas doenças vinculam-se a desequilíbrios ambientais. Tutores interessados podem buscar clínicas veterinárias com atendimento a exóticos e aquáticos, associações especializadas como a Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (SBA), ou recomendações em lojas de aquário e fóruns de aquaristas para encontrar profissionais competentes.
A medicina veterinária para peixes é um campo fascinante e vital para o bem-estar desses pets. Com cuidados adequados, acompanhamento profissional e dedicação, é possível assegurar aos seus amigos aquáticos uma vida longa e saudável.