No Hospital Regional de Ceilândia (HRC), uma equipe formada por profissionais de diferentes áreas dedica-se a oferecer cuidados contínuos para crianças com doenças graves, acompanhando-as em casa ou em instituições de apoio. No Núcleo de Atenção Domiciliar (Nrad), o atendimento vai além do hospital, acompanhando cada criança pelo tempo necessário e proporcionando suporte completo para as famílias.
Essas crianças, com doenças crônicas e complexas, são aquelas que nasceram prematuramente ou com problemas congênitos e, graças aos avanços da medicina, sobrevivem e enfrentam desafios no desenvolvimento e nos cuidados diários.
O HRC adotou um cuidado integrado, começando na saída da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), passando por uma enfermaria especial e chegando ao acompanhamento em casa. O objetivo é garantir que a transição do hospital para o lar seja segura, planejada e com apoio constante.
“Hoje, essas crianças estão nas nossas enfermarias e ambulatórios, muitas vindo da UTI neonatal, e ainda não existe uma política pública específica para elas. Nosso trabalho é organizado para cuidar dessas crianças”, explica a pediatra paliativista Andrea Araújo. “O maior desafio é assegurar que a alta para casa seja feita com segurança e qualidade”, completa.
Reconhecimento
O trabalho do Nrad de Ceilândia tem sido reconhecido além do Distrito Federal. Profissionais do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), da Fiocruz, acompanharam o trabalho dos servidores entre novembro e dezembro.
Durante a visita, foi sugerido criar um vídeo mostrando a forma de trabalho para ser incluído no portal de boas práticas do Instituto Fernandes Figueiredo, que compartilha conteúdo e troca experiências para equipes e gestores de saúde de outras regiões.
Como funciona
Os Núcleos Regionais de Atenção Domiciliar são unidades da Secretaria de Saúde (SES-DF) que cuidam de pacientes em casa quando não há leitos disponíveis no hospital. Esse serviço é para pessoas que precisam de atenção frequente de vários profissionais ou usam equipamentos e procedimentos complexos, tornando o cuidado em casa a melhor opção.
As equipes são aprovadas pelo Ministério da Saúde e geralmente incluem médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e assistentes sociais. Também podem ter fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e dentistas.
Acesso ao serviço
O acesso ao Nrad pode ser feito de duas formas: durante a internação no hospital ou pela Atenção Primária. No hospital, a equipe preenche formulários e encaminha o paciente para avaliação do Nrad da região. Na Atenção Primária, o paciente fica sob cuidados da Unidade Básica de Saúde (UBS) e também é encaminhado com documentos apropriados.
Após receber a documentação, o Núcleo avalia e, se o paciente cumprir os critérios, é incluído no serviço com um Plano Terapêutico Singular (PTS) que atende às necessidades específicas.
*Informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)

