Uma nova diretriz global da Global Initiative for Asthma (GINA 2025) detalha critérios claros para diagnosticar asma em crianças com menos de 5 anos. Publicado em maio, o documento marca um avanço significativo no cuidado de sintomas respiratórios frequentes.
Até agora, crianças dessa idade com chiado recorrente podiam receber um diagnóstico sugestivo de asma sem confirmação definitiva. Fabio Muchão, pneumopediatra do Einstein Hospital Israelita, explica: “Sempre houve cautela ao nomear ou tratar o chiado em lactentes e pré-escolares, pois nem sempre é asma, podendo ser um problema temporário durante a infância”.
Segundo Muchão, a nova diretriz confirma uma prática já comum entre especialistas, que é tratar casos com sintomas significativos e fatores de risco como asma com medicações específicas.
O documento estipula que o diagnóstico de asma em crianças pequenas deve considerar três pontos: episódios frequentes de chiado ou ao menos um episódio acompanhado de sintomas típicos da asma, exclusão de outras doenças que causem sintomas semelhantes e melhora dos sintomas após uso de medicação para asma.
Para o especialista, a diretriz traz mais segurança para pais e médicos na decisão sobre o tratamento. “O medo do diagnóstico é infundado, pois a asma controlada adequadamente pode ser gerenciada com sucesso”, afirma. Também destaca que o diagnóstico facilita a adesão ao tratamento.
Importância do diagnóstico precoce e controle da asma
A asma é uma doença crônica que não tem cura, mas pode ser controlada. Resulta de fatores genéticos e ambientais e afeta grande parte da população infantil. Vírus, alergias, poluição e mudanças climáticas podem desencadear crises.
Os sintomas comuns são dificuldade para respirar, chiado, tosse e aperto no peito. Sem tratamento, as crises podem ser graves e até fatais. O manejo inclui uso de medicamentos como corticoides inalados e broncodilatadores, conforme indicação médica.
Além dos remédios, práticas para evitar crises envolvem manter o ambiente limpo, evitar ácaros, mofo e fumaça de cigarro. Pais devem procurar avaliação médica ao notarem chiado frequente, tosse persistente ou dificuldade para respirar, principalmente se relacionada a fatores desencadeantes.
Diagnosticar cedo permite que família e criança aprendam a reconhecer os sinais de agravamento, prevenindo internações e garantindo qualidade de vida.