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quarta-feira, 30/07/2025

Crise política com Lula pode gerar clima para pedido de impeachment

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“Caminho se conhece andando”, diz o artista Chico César. Essa frase, criada para incentivar a busca por conhecimento, também pode ser aplicada a situações que parecem se repetir, como a atual tensão entre o governo Lula e o Congresso, lembrando a crise que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

A tensão, desencadeada após o rompimento do acordo que impediu a revogação do decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), atingiu seu ponto máximo em uma trama que busca enfraquecer o Executivo, como afirmou um líder da oposição.

A decisão de pautar a derrubada do decreto foi feita pouco antes da votação pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, via redes sociais. Desde então, ocorreram declarações hostis, entrevistas, demonstrações de indignação, acusações de traição e um aumento na polarização política.

Apesar das tentativas frágeis de conciliação, a escolha do governo pela judicialização do caso no STF elevou a tensão política, alimentando a ideia de que o Congresso tenta repetir o roteiro que afastou a ex-presidente.

Essa disputa vai além do IOF, revelando o poder exercido pelo Congresso e a resistência explícita, até em pequenos gestos como a ausência da bancada do agronegócio na cerimônia do Plano Safra no Palácio do Planalto, mesmo após a sua valorização.

Recentemente, o presidente Lula declarou que não deseja rivalizar com o Legislativo, embora sua postura mostre o contrário. Para seguir governando, seu posicionamento diante do que foi visto como uma traição é crucial.

“Se eu não recorrer ao poder Judiciário, se não for à Suprema Corte, não governo mais o país. Cada um no seu lugar: eles legislando, eu governando”, afirmou Lula.

É evidente que governar sem o Congresso é inviável, pois o diálogo e a conciliação são fundamentos da democracia em um país tão diversificado. Lula e Fernando Haddad resistem e não pretendem ceder, pois isso significaria perder voz e controle.

Essa situação evidencia claramente o panorama político atual: a oposição vê na crise uma chance de reforçar o discurso do “nós contra eles”, mas o Planalto se antecipou com uma campanha mostrando que medidas do Legislativo prejudicam a população, como o aumento nas contas de luz.

Enquanto a disputa emocionalizada opõe ricos e pobres, nos bastidores pode estar sendo arquitetado um roteiro conhecido: pressionar Lula com um impasse econômico criado pelo próprio Congresso para dificultar seu governo.

O receio dos governistas aumenta pois, desta vez, os dois presidentes do Legislativo, Hugo Motta na Câmara e Davi Alcolumbre no Senado, juntos atacaram o IOF. Se um revés era esperado de Hugo Motta, a resistência de Davi Alcolumbre, que funciona como escudo contra radicais da oposição, surpreende.

Essa tensão ocorre em um momento delicado, perto das eleições de 2026 e marcando uma década do impeachment de Dilma Rousseff. A situação realmente é preocupante.

É um cenário que exige atenção, reflexão e entendimento sobre os desafios políticos que o país enfrenta.

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