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quinta-feira, 18/12/2025

Crise no Caribe: como Trump intensificou a pressão contra a Venezuela de Maduro

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O segundo semestre de 2025 ficou marcado pelo aumento da pressão de Donald Trump contra Nicolás Maduro, agora classificado pelos Estados Unidos como o líder de um cartel de drogas venezuelano.

Após uma eleição polêmica contestada pela comunidade internacional, Maduro assumiu a presidência da Venezuela em 10 de janeiro. No mesmo dia, o governo dos EUA, sob a administração do democrata Joe Biden, elevou a recompensa por informações que levassem à captura do líder chavista para US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões). Essa decisão foi seguida por Trump, que viu o início de uma ofensiva contra o sucessor político de Hugo Chávez.

Em agosto, os EUA iniciaram movimentações militares na América Latina e no Caribe, com o objetivo declarado de combater o tráfico de drogas que atravessa a região rumo ao território norte-americano. A primeira operação ocorreu em 2 de setembro, quando um navio foi atacado no Caribe por forças dos EUA, seguido por outros 26 ataques contra embarcações suspeitas de tráfico internacional de entorpecentes. Até o momento, não foram apresentadas provas públicas sobre essas ligações.

Nicolás Maduro permanece um dos principais alvos da campanha de Trump, que o aponta como chefe do cartel Los Soles, recentemente classificado por Washington como organização terrorista internacional.

Em fevereiro, Trump reverteu medidas de seu antecessor e reinstaurou sanções ao setor petrolífero venezuelano, revogando licenças concedidas ao governo de Maduro para negociar petróleo com companhias norte-americanas, como a Chevron. Segundo o governo dos EUA, a ação se deve ao não cumprimento por parte da Venezuela de um acordo para eleições livres.

Apesar da postura firme, os EUA mantiveram negociações com a administração chavista, permitindo em julho o retorno da Chevron ao mercado venezuelano e tratando de questões como políticas de imigração e a deportação controversa de venezuelanos vivendo ilegalmente nos EUA.

Após esses eventos, a equipe diplomática de Trump, especialmente Marco Rubio, classificou publicamente Maduro como líder de um cartel e terrorista, o que pavimentou o caminho para operações militares contra grupos ligados ao tráfico de drogas na América Latina sob a justificativa anti-terrorismo.

Nos meses seguintes, Trump ordenou mobilizações militares na região, incluindo o envio de fuzileiros navais e uma frota de navios de guerra para combater o narcotráfico próximo à costa da Venezuela. Em setembro, um barco suspeito de tráfico foi bombardeado no Caribe, marcando o início das ações militares concretas.

Em novembro, a ofensiva ganhou caráter oficial com a operação Lança do Sul, destinada a intensificar esforços contra narcoterroristas na América Latina.

No final do ano, os EUA fecharam o espaço aéreo venezuelano e apreenderam um navio petroleiro próximo à costa do país, acusado de transportar petróleo para o Irã, provocando reações e denúncias de pirataria por parte da Venezuela na Organização das Nações Unidas.

Trump também implementou um bloqueio marítimo aos navios sancionados na Venezuela, acusando o governo de Maduro de envolvimento com tráfico de drogas, terrorismo e roubo de bens dos Estados Unidos, além de afirmar que o país está isolado pela maior força naval já reunida na América do Sul. O cerco só será levantado mediante a devolução dos supostos ativos dos EUA, embora detalhes sobre esses bens não tenham sido esclarecidos até o momento.

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