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quarta-feira, 30/07/2025

crise no bolsonarismo: apoio a trump, críticas a lula e divisão sobre tarifas

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MARCOS HERMANSON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O grupo que apoia Jair Bolsonaro comemorou o apoio de Donald Trump recentemente, depois criticou o presidente Lula quando Trump anunciou novas tarifas e agora está dividido sobre como lidar com essa situação.

Na segunda-feira da semana passada, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) mostrou apoio a Trump e a Bolsonaro, criticando ao mesmo tempo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o STF (Supremo Tribunal Federal).

Com o anúncio das tarifas, governadores de direita rapidamente culparam apenas o governo federal pelo afastamento dos Estados Unidos, sem criticar o presidente americano ou as tarifas impostas.

Agora, esses governadores reconhecem que as tarifas causam impacto negativo, pedem diálogo e negociações, suavizando suas críticas ao governo federal.

Bolsonaro e seus filhos, Eduardo e Flávio, continuam pressionando o Congresso para aprovar uma anistia que isente o ex-presidente do julgamento pelo caso da trama golpista, em troca do fim das tarifas impostas por Trump.

1) Apoio inicial de Trump a Bolsonaro

A crise começou quando Trump publicou uma mensagem defendendo Bolsonaro, dizendo que ele sofre perseguição e deve ser julgado apenas nas eleições brasileiras.

Tarcísio compartilhou essa mensagem, criticando o TSE e o STF, onde Bolsonaro será julgado este ano por tentativa de golpe.

Eduardo Bolsonaro comentou que as palavras de Trump são sérias e que pode haver boas notícias no futuro.

2) Anúncio das tarifas por Trump

Em uma carta ao presidente Lula, Trump anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, citando perseguição a Bolsonaro.

Como os EUA são o segundo maior importador do Brasil, essa tarifa terá impacto importante na economia nacional.

Lula respondeu afirmando que o Brasil é independente e não será tutelado.

Bolsonaro também se manifestou, mostrando admiração pelos EUA e pedindo agilidade para atender a Trump.

Governadores de direita inicialmente culparam o governo federal pelo tarifaço.

Romeu Zema, governador de Minas Gerais, disse que trabalhadores e empresas pagarão a conta pelo governo Lula e pelo STF.

Tarcísio concordou, criticando o governo por apoiar ditaduras e censura.

Ronaldo Caiado, governador de Goiás, também criticou o governo, enquanto outros governadores aliados a Bolsonaro ficaram em silêncio.

3) Mudança de postura do bolsonarismo

Logo depois, diante do impacto das tarifas, os governadores começaram a recuar, reconhecendo os efeitos negativos e pedindo negociação.

Zema criticou a taxação como errada e injusta.

Caiado falou da necessidade de negociação sem atacar o governo.

Tarcísio destacou a importância de deixar de lado questões políticas para buscar soluções.

Ele também se reuniu com Bolsonaro, embaixada americana e ministros do STF para tratar do assunto.

Nos encontros, Tarcísio indicou que defenderia a economia paulista, não a anistia, e teria tido concordância de Bolsonaro.

Ele teria pedido a liberação do passaporte de Bolsonaro para negociar nos EUA, pedido que foi visto como inadequado.

No evento recente em São Paulo, Tarcísio suavizou ainda mais o discurso, elogiando o Itamaraty e negando ter pedido o passaporte a ministros do STF.

4) Divisão e pressão por anistia

Tarcísio virou alvo do bolsonarismo por não apoiar formalmente a anistia.

Eduardo Bolsonaro rejeitou qualquer acordo que não incluísse anistia para Bolsonaro e aliados.

Flávio Bolsonaro defendeu a anistia para reverter as tarifas, afirmando ter melhor entendimento da situação nos EUA.

Bolsonaro publicou mensagem afirmando não se alegrar com o impacto das tarifas, mas insistiu no pedido de anistia para trazer paz para a economia.

5) Reação da esquerda e de Lula

A esquerda organizou uma manifestação com 15 mil pessoas na Avenida Paulista, que incorporou a defesa da soberania nacional junto à pauta da taxação de grandes fortunas.

Parte do PT vê a carta de Trump como uma oportunidade para Lula aparecer como defensor dos interesses do Brasil e para carregar a oposição no desgaste das tarifas.

Lula criticou duramente Bolsonaro, dizendo que ele está sendo processado e usa ameaças com apoio dos filhos nos EUA.

Na Justiça, não há indicação de que o STF vá ceder às exigências de Trump, e o julgamento contra Bolsonaro deve continuar normalmente.

A situação de Eduardo Bolsonaro, investigado por tentativa de obstrução de Justiça, pode piorar.

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