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quinta-feira, 26/06/2025




Crise impulsiona crescimento recorde do mercado mundial da cocaína

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A produção, as apreensões e o consumo de cocaína atingiram níveis históricos em 2023, motivados por um crime organizado que se fortaleceu durante crises, conforme indicado pelo relatório anual do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), divulgado nesta quinta-feira (26/6).

De acordo com o documento, a cocaína é o mercado de drogas ilícitas que mais cresce globalmente, destacando-se a expansão dos mercados de drogas anteriormente concentrados na América Latina para a Ásia, África e também para a Europa Ocidental.

“A cocaína é o mercado de drogas ilícitas que mais cresce no mundo”, afirma o órgão, sediado em Viena, Áustria, em comunicado oficial.

A produção aumentou quase 34% em um ano, impulsionada pelo crescimento das plantações ilegais de coca na Colômbia. As apreensões subiram 68% entre 2019 e 2023, enquanto o número de usuários saltou de 17 milhões para 25 milhões em dez anos, detalha o UNODC.

Apesar disso, em termos de renda global, a cannabis ainda é a droga mais lucrativa, gerando 39% dos lucros. A cocaína representa 37%, seguida pela heroína, com 17%. Na União Europeia, o narcotráfico movimentou € 31 bilhões em 2021, equivalente a 0,3% do PIB.

O UNODC destaca que os traficantes estão ampliando seus mercados para a Ásia e África, enquanto a violência, que até então se concentrava na América Latina, também atinge a Europa Ocidental. O relatório menciona “centenas de bilhões de dólares movimentados anualmente”.

“A cocaína se tornou uma droga popular entre os setores mais ricos da sociedade”, declarou Angela Me, pesquisadora-chefe do UNODC, ressaltando um ciclo vicioso de aumento simultâneo no consumo e na produção.

As apreensões de estimulantes tipo anfetamina também bateram recordes, representando quase metade de todas as apreensões de drogas sintéticas, seguidas pelos opioides, incluindo o fentanil.

“Uma nova era de instabilidade global fortaleceu o poder do crime organizado e elevou o consumo a níveis sem precedentes”, lamenta o UNODC.

O relatório ainda aborda a droga sintética captagon, cujo tráfico foi questionado após a queda de Bashar al-Assad na Síria, em dezembro. O regime de Assad, que transformou o país em narcoestado, era conhecido por produzir essa anfetamina derivada de medicamento originalmente destinado ao tratamento da narcolepsia e do transtorno de déficit de atenção.

As novas autoridades sírias encontraram grandes estoques de captagon em depósitos e antigas instalações militares, além de fecharem todas as fábricas conhecidas. Contudo, essas medidas ainda não parecem ter reduzido o abastecimento: as apreensões recentes indicam que a droga continua circulando em grande quantidade, especialmente em direção aos países da Península Arábica, sugerindo que estoques acumulados foram liberados ou que a produção continua em outros locais.

Em 2023, 6% da população mundial entre 15 e 64 anos consumiu drogas, contra 5,2% em 2013, com a cannabis sendo a substância mais consumida.

Segundo a organização, a produção de cocaína aumentou quase 34% em um ano devido à expansão da área de cultivo ilícito na Colômbia, as apreensões cresceram 68% entre 2019 e 2023 e o número de usuários aumentou de 17 para 25 milhões em dez anos. O documento salienta que os traficantes estão abrindo novos mercados na Ásia e África e que a violência, antes restrita à América Latina, começou a se espalhar para a Europa Ocidental.




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