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quarta-feira, 10/12/2025

Criminosos mais procurados no Brasil: quem são e de onde vêm

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O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou nesta segunda-feira (8/12) uma relação com os rostos mais buscados em cada Unidade da Federação. Esta lista integra o Projeto Captura e inclui 216 indivíduos foragidos indicados por órgãos estaduais. Entre eles, apenas três são mulheres.

Os nomes foram selecionados usando uma ‘matriz de risco’, que avalia a gravidade dos crimes cometidos, a participação em organizações criminosas, a existência de vários mandados de prisão e atuação interestadual. Confira os principais casos:

Cada estado apontou até oito pessoas estratégicas para combater o crime organizado, priorizando aqueles cuja captura impacta diretamente na desarticulação de facções e redução da criminalidade. A iniciativa visa uniformizar informações, melhorar o intercâmbio de dados entre as forças policiais e agilizar as investigações.

Além disso, a população pode ajudar fornecendo informações de forma anônima.

Como fazer denúncias?

  • Visite o site do MJSP para acessar a lista completa;
  • Escolha o estado onde o suspeito está;
  • Tenha acesso ao nome, foto e CPF dos procurados;
  • Informações podem ser repassadas à Polícia Militar (190), Polícia Civil (197) ou pelo Disque Denúncia (181).

Esta ação faz parte de um esforço nacional para capturar criminosos de alta periculosidade. O Rio de Janeiro receberá uma célula operacional do Programa Captura para apoiar ações locais e melhorar o fluxo de informações entre as polícias, pois é um ponto comum de refúgio para foragidos de outras regiões.

Os foragidos mais conhecidos

André Oliveira Macedo — “André do Rap”

Figura de grande destaque nacional e internacional, André do Rap é um dos principais envolvidos na logística de envio de cocaína pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para a Europa. Ele fazia a ligação direta entre fornecedores sul-americanos e grupos estrangeiros que transportavam grandes quantidades. Seu estilo de vida, com viagens constantes e uso de documentos falsos, dificultou o acompanhamento de suas movimentações por anos.

Ele está foragido desde 2020, quando foi liberado por uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello do Supremo Tribunal Federal (STF), que logo após foi revogada. No entanto, André do Rap já havia escapado e não foi encontrado desde então.

Diego dos Santos Amaral — “Didi”

Associado ao PCC, Diego dos Santos Amaral é suspeito de ser mandante do assassinato do corretor de imóveis e delator Vinícius Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos em 2024. Reportagens indicam que policiais militares foram contratados para a execução. Didi responde por homicídio doloso e, segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), lavava dinheiro da facção usando sua construtora, Maximus.

Emílio Carlos Gongorra Castilho — “Cigarreira” ou “Bill”

“Cigarreira” é conhecido pelo seu papel no PCC e pela habilidade de atuar entre facções do Rio de Janeiro, como o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP). Ele facilitava o tráfico de drogas e armas entre estados e teria envolvimento no assassinato de Vinícius Gritzbach.

Edgar Alves de Andrade — “Doca”

Comandante influente do Comando Vermelho fora das prisões, Doca coordena operações armadas e lidera grupos que controlam áreas como os complexos da Penha e do Alemão no Rio. Ele foi o principal alvo da Operação Contenção em outubro, que foi a ação policial mais letal da história do Brasil. Doca escapou da captura com a ajuda de membros da facção que criaram uma barreira armada. Atualmente, o Disque Denúncia oferece R$ 100 mil para quem fornecer informações que levem à sua prisão, a maior recompensa já oferecida no país.

Álvaro Malaquias Santa Rosa — “Peixão”

Chefe do Complexo de Israel na Zona Norte do Rio, Peixão lidera uma facção que se identifica como “evangélica”, usando símbolos como a Estrela de Davi e a bandeira de Israel. Acredita-se que mantenha uma rede de informantes e um sistema para monitorar a presença policial. Com cerca de 80 registros criminais, ele é um dos mais procurados do estado e nunca foi capturado. Ele é responsável pela gestão das bocas de fumo, supervisão dos soldados armados e cobrança de taxas a comerciantes, ampliando a influência da facção e garantindo receitas constantes.

Bernardo Bello Pimentel Barboza

Diferente de outros chefes ligados ao tráfico, Bernardo Bello construiu sua autoridade por meio do controle do jogo do bicho e contravenção no Rio. Ele responde a diversos inquéritos que envolvem lavagem de dinheiro e homicídios encomendados contra rivais. Foi a inspiração para o personagem “Profeta” da série da Netflix “Os Donos do Jogo”.

Em janeiro de 2022, foi preso em Bogotá após desembarcar de Dubai em uma operação conjunta da Polícia Civil e do Gaeco/MPRJ. A Interpol o classificava como “perigoso” e “violento”. Meses depois, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu-lhe liberdade provisória com condições, mas ele descumpriu, voltando a ser procurado em 2022. Ele é alvo da Operação Fim de Linha, que investiga corrupção e lavagem de dinheiro no jogo do bicho, mas não foi localizado.

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