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terça-feira, 15/07/2025

Crescimento da economia chinesa segue firme apesar das tarifas de Trump

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A economia da China apresentou um crescimento de 5,2% no segundo trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme divulgado pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país nesta terça-feira (15/07).

Esse avanço do Produto Interno Bruto (PIB) acontece apesar das contínuas tensões comerciais com os Estados Unidos, mantendo a expansão que foi de 5,4% no primeiro trimestre de 2025 na comparação anual. Contudo, especialistas alertam para a possibilidade de cenário adverso na segunda metade do ano.

Os resultados positivos do primeiro semestre foram impulsionados por estímulos governamentais e uma trégua na intensificação da guerra comercial entre EUA e China. Tal contexto permitiu que exportadores chineses antecipassem remessas antes de possíveis aumentos tarifários, impulsionando temporariamente as exportações.

Esse desempenho mantém a segunda maior economia do mundo alinhada com a meta anual estipulada pelo governo, que prevê um crescimento da ordem de 5%.

“A China superou a meta oficial de 5% no crescimento do segundo trimestre, parcialmente devido à antecipação das exportações”, afirmou Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

De acordo com o instituto de pesquisa econômica e consultoria Prognos Institute, as empresas chinesas agora são responsáveis por 16% das exportações globais, o dobro da participação da Alemanha, por exemplo, o que aumenta a competitividade chinesa no mercado internacional.

Crescimento pode enfrentar desafios

Embora a China tenha mantido estabilidade no contexto tarifário com os Estados Unidos, analistas indicam que o ritmo de avanço pode não se manter sustentável.

O país enfrenta uma demanda interna débil e aguarda os impactos no comércio global, que deverão ser ajustados caso as barreiras anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, entrem em vigor em agosto.

Exportações a novos mercados nos últimos meses e a tentativa de fornecedores americanos de reforçar estoques ajudaram a camuflar a desaceleração da demanda doméstica, que tem provocado quedas rápidas nos preços do varejo e no setor imobiliário.

“A crise no setor imobiliário continua sendo um fator significativo de pressão a médio prazo sobre as finanças municipais”, comentou Dan Wang, economista do Eurasia Group.

Enquanto isso, investidores se preparam para um segundo semestre mais fraco, mesmo com expectativas de anúncio de novos estímulos pelo governo.

Guerra comercial entre China e Estados Unidos

As tensões comerciais permanecem elevadas e podem frear o crescimento das exportações chinesas registrado nos últimos meses, que sustentou os resultados do primeiro semestre.

Atualmente, as tarifas americanas sobre produtos chineses permanecem em 30% para facilitar as negociações, previstas para durar até meados de agosto.

Na ausência de acordo, os EUA ameaçam impor sobretaxas de até 145% sobre produtos chineses, conforme anunciou Donald Trump.

Se a disputa se intensificar, a China poderá buscar mercados na União Europeia e América Latina para absorver sua produção excedente.

Por sua vez, os EUA poderão considerar produtos fabricados na Europa com investimento chinês como de origem chinesa e aplicar tarifas superiores a empresas europeias.

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