Há 42 anos, a produtora rural Risoneide Ribeiro cultiva pimentão na mesma chácara localizada no Núcleo Rural Taquara, em Planaltina. Atualmente, ela administra cerca de 1.500 pés de pimentão espalhados por 17 hectares. O trabalho na roça é intenso: Risoneide, o marido e três funcionários colhem os frutos duas vezes por semana, durante seis meses.
Cada colheita rende em torno de 300 caixas de pimentão, que são vendidas para três supermercados e na feira de Planaltina. “O pimentão sempre foi uma fonte segura de renda para nós. É produtivo, tem boa saída e sustenta minha família. Mesmo quando os preços variam, conseguimos vender”, conta a produtora rural.
Essa história de perseverança é celebrada durante a Semana do Pimentão da Taquara, evento que acontece até domingo (14), reunindo produtores, técnicos e a comunidade para debates, capacitações e valorização da cultura local.
Apoio técnico
No ano passado, o Distrito Federal produziu 13 mil toneladas de pimentão em 172 hectares, movimentando cerca de R$ 67 milhões e envolvendo 543 produtores. Esse resultado positivo é fruto do acompanhamento técnico e apoio constante da Emater-DF. “Estamos ao lado dos produtores desde a análise de solo, garantindo que o adubo correto seja aplicado. Também acompanhamos pragas e outros desafios durante o cultivo”, destaca a gerente da Emater-DF na Taquara, Muriel Guedes.
Muriel reforça que o pimentão é um produto valorizado no mercado, o que proporciona boa remuneração aos agricultores. “Taquara já foi o maior polo produtor de pimentão do Brasil. Ao longo dos últimos 25 anos, foi aumentando sua produtividade. Embora não seja mais o maior polo, ainda mantém alta produção e inovação tecnológica”, explica.
Tradição renovada
O presidente da Emater-DF, Cleison Duval, lembra que a região foi marcada pela produção predominante de pimentão, mas hoje mostra sua capacidade de diversificação. Os produtores acompanham as demandas do mercado e participam de programas de compras governamentais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
“A Taquara é um exemplo de força, inovação e união entre os produtores, que contam com assistência técnica e apoio dos órgãos agrícolas do DF. Essa união fortalece a renda das famílias, valoriza o trabalho coletivo e garante alimentos de qualidade para a população”, afirma Cleison.
Um exemplo dessa diversificação é Clébia Rodrigues, que veio do Ceará e dedicou-se ao cultivo do pimentão por 15 anos, chegando a ter 12 estufas. Com o tempo, optou pela diversificação devido à demanda de mão de obra, mas garante que o pimentão ainda é parte do dia a dia da família: “Embora tenha parado de produzir, o pimentão não saiu da nossa rotina. Meus irmãos ainda plantam, e eu sempre compro na feira. Uso em tudo: no feijão, no frango e na salada”, conta.