A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entrou em uma nova fase em que analisará pedidos de investigação mesmo sem consenso entre oposição e governo, focando agora em nomes que poderiam estar protegidos.
Em recente reunião, o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou a mudança de foco para o “núcleo político”. As novas decisões sobre os pedidos devem acontecer nas próximas duas semanas.
Na próxima votação, todos os requerimentos serão colocados em votação, sem a necessidade de consenso. Essa medida visa aumentar a transparência e mostrar à população quais parlamentares desejam colaborar com as investigações, segundo Carlos Viana.
Até o momento, a CPMI acumulou mais de 975 pedidos de investigação pendentes. Desses, pelo menos 26 já foram incluídos nas pautas das reuniões, mas não chegaram a ser votados. Entre esses pedidos, estão as solicitações de quebra de sigilo do ex-ministro Carlos Lupi e a convocação do advogado Gilmar Stelo.
Nomes Protegidos
O relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), denunciou que pelo menos quatro pessoas estariam sendo protegidas para não serem convocadas. Ele não revelou quem estaria por trás dessa proteção, mas citou nominalmente os seguintes nomes:
- Gustavo Gaspar: acusado de ter dado procuração a um operador financeiro conhecido como “Careca do INSS”. É apontado como braço direito do senador Weverton Rocha (PDT-MA);
- Paulo Boudens: ex-chefe de gabinete do senador Davi Alcolumbre, é acusado de receber R$ 3 milhões de uma empresa ligada ao “Careca do INSS”;
- Danielle Miranda Fonteles: responsável pela Pepper Comunicação Interativa, teria recebido R$ 5 milhões em repasses do “Careca do INSS”;
- Roberta Luchsinger: relatada pela imprensa como tendo feito lobby junto ao “Careca do INSS” no Ministério da Saúde em 2024.
A CPMI investiga um esquema de descontos ilegais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas, descoberto após operação da Polícia Federal e Controladoria-Geral da União.
Estima-se que o valor cobrado irregularmente dos aposentados e pensionistas seja de cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
