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segunda-feira, 22/09/2025

CPMI amplia investigação sobre descontos ilegais a aposentados

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Saulo Cruz/Agência Senado

Na última reunião, a CPMI aprovou 179 solicitações de informações e convocações.

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), revelou nesta quinta-feira (18) ações para intensificar as investigações acerca de descontos ilegítimos em benefícios de aposentadoria e pensões. A ação inclui prioridade na coleta de depoimentos e nas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com Viana, alguns ministros do STF modificaram suas posições, exigindo agora o comparecimento das pessoas convocadas para a comissão. “Conseguimos um avanço significativo. A determinação do ministro André Mendonça que obriga as testemunhas a comparecer é um progresso. Hoje começamos uma fase mais rigorosa e focada da CPMI”, declarou.

As limitações de presença continuam para investigados que estão presos, como Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, considerados líderes das fraudes.

Os parlamentares desejam ouvi-los na comissão ou, pelo menos, nas instalações da Polícia Federal. Houve críticas ao habeas corpus do ministro Flávio Dino, que ainda beneficia Cecília Simões, esposa de Camisotti.

Nelson Willians Rodrigues estava protegido por habeas corpus. “Fiquei surpreso com os fatos, pois considero isso um crime grave. Não conheço o ‘Careca do INSS’. Minha relação com Maurício Camisotti começou como profissional e evoluiu para amizade, sem qualquer ligação com as investigações”, declarou.

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ressaltou a exibição nas redes sociais, os movimentações financeiras superiores a R$ 4 bilhões e seu papel “no centro das investigações”. Para Gaspar, “o silêncio dele foi significativo. Ele chega como testemunha e sai como provável investigado da CPMI”.

Viana frisou que a atitude dos depoentes não prejudica os trabalhos. “Não deixaremos de convocar ninguém. Mesmo calados, o relatório será elaborado com base em investigações, quebras de sigilo e informações conseguídas. É um quebra-cabeça que vamos montando peça por peça”, afirmou.

Na reunião de quinta-feira (18), a CPMI aprovou 179 pedidos de informações e convocações. Entre os convocados para participar da comissão estão os ministros Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Esses pedidos foram convertidos em convites.

Também foi solicitado ao STF que informe se há políticos mencionados na investigação da Polícia Federal. “Não temos nada a esconder. Se houve algum político que favoreceu o desvio da Previdência, a população tem o direito de saber. Porém, não podemos fazer julgamentos antecipados”, declarou Viana.

A CPMI investiga fraudes estimadas em aproximadamente R$ 6 bilhões, ocorridas no período entre 2019 e 2024.

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