CAIO SPECHOTO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, anunciou nesta quarta-feira (20) que pretende convidar para depoimento todos os ministros da Previdência que estiveram no cargo desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Além disso, os antigos presidentes do INSS também serão chamados para esclarecer dúvidas sobre o funcionamento do órgão.
Carlos Viana ressaltou a importância de entender o funcionamento do INSS e de identificar possíveis falhas, independentemente do governo em questão. Ele afirmou que, se necessário, poderá convocar testemunhas, inclusive servidores de administrações atuais e passadas, para falar na comissão.
Sobre a expectativa de ouvir o senador Rogério Marinho (PL-RN), que foi secretário de Previdência e Trabalho no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente da CPI disse que as primeiras convocações serão feitas por convite, e que a convocação formal ocorrerá apenas se houver recusa em comparecer.
Carlos Viana afirmou ainda que é cedo para confirmar se o colegiado irá ouvir o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o sindicalista José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, que é vice-presidente do Sindinapi, sindicato que está envolvido em um escândalo de descontos irregulares. No entanto, destacou que líderes sindicais relacionados a esse caso devem ser chamados para prestar esclarecimentos.
O presidente da CPI não descartou a possibilidade de convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro para depor, conforme sugerido pela bancada do PT, e disse que o mesmo poderia ocorrer com a ex-presidente Dilma Rousseff, caso o colegiado aprove a solicitação em votação.
Carlos Viana enfatizou que seu objetivo é conduzir um trabalho técnico e imparcial. Ele foi eleito presidente da CPI após o governo perder força na comissão e a oposição se mobilizar para sua eleição, substituindo o favorito Omar Aziz (PSD-AM), aliado do presidente Lula.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), assumiu a responsabilidade pela derrota e disse que Carlos Viana apoia a gestão atual, o que foi negado pelo próprio presidente da CPI, que afirmou manter independência e buscar equilíbrio.
A CPI terá duas reuniões semanais, às segundas e quintas-feiras, o que indica um ritmo acelerado de trabalho, considerando que as segundas são dias com pouca atividade no Senado e menor risco de interrupções por votações no plenário.
Na próxima quinta-feira será apresentado o plano de trabalho da comissão, e os primeiros pedidos para convocação ou convite de depoentes serão votados.
O relator da CPI será o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e ainda falta definir quem será o vice-presidente, decisão prevista para ocorrer nas próximas semanas.