De acordo com estudo da Mayo Clinic, descobertas ressaltam a eficácia de vacinas de RNA mensageiro em limitar significativamente a disseminação do coronavírus
O estudo, publicado na revista Clinical Infectious Disease, é de pesquisadores da Mayo Clinic, organização norte-americana sem fins lucrativos nas áreas de inovação na prática clínica, educação e pesquisa. A equipe analisou 39.000 pacientes que receberam testes de triagem entre 17 de dezembro de 2020 e 8 de fevereiro de 2021 em quatro clínicas de três cidades dos Estados Unidos.
Os testes de triagem fazem parte dos testes de rotina da covid-19 antes da realização de tratamentos não relacionados ao vírus, como cirurgias e outros procedimentos. Dos pacientes analisados, 2.300 (76,5%) receberam uma dose e 707 (23,5%) foram imunizados com duas.
O que eles descobriram foi que duas doses de uma vacina de RNA mensageiro, como a da Pfizer ou da Moderna, levaram a pessoas sem sintomas apresentando um risco ajustado 80% menor de testar positivo para covid-19 após a última dose. No caso, o teste positivo seria em um indivíduo assintomático.
Além disso, aqueles que receberam pelo menos uma dose têm 72% menos probabilidade de testar positivo, de acordo com Aaron Tande, especialista em doenças infecciosas e coautor do artigo.
“Testes positivos em indivíduos assintomáticos foram relatados em 42 (1,4%) de 3.006 testes realizados em pacientes vacinados e 1.436 (3,2%) de 45.327 testes realizados em pacientes não vacinados”, afirma o estudo.
Os autores afirmam que essas descobertas ressaltam a eficácia das vacinas de RNA mensageiro em limitar significativamente a disseminação do coronavírus através de pessoas sem sintomas, que podem transmitir a infecção para outras pessoas sem saber.
Vacinas de RNA mensageiro no Brasil
Atualmente, as vacinas de RNA mensageiro que já passaram dos testes clínicos são as da Moderna e da Pfizer com a BioNTech. Elas estão autorizadas para uso emergencial nosEstados Unidos.
No Brasil, as duas empresas farmacêuticas estão em negociação com o Ministério da Saúde. Segundo documento com o cronograma de entregas publicado no dia 4 de março, o órgão brasileiro estima fechar um contrato com a Moderna para receber 13 milhões de doses até dezembro, com o primeiro 1 milhão de doses entregue até julho.
O documento estima ainda a chegada até o final de maio das primeiras 2 milhões de doses da vacina da Pfizer, cujo contrato com o governo federal por um total de 100 milhões de doses está na fase final de negociação.