Aplicativo funcionaria para regular entrada de pessoas em shoppings e restaurantes, por exemplo. Secretaria de Saúde chegou a anunciar que dispositivo estava sendo discutido; ‘Não quero’, disse governador.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) descartou a criação de um aplicativo para funcionar como um “passaporte da vacina” contra Covid-19 nos estabelecimentos que exigirem a imunização para acesso. Na última quinta-feira (23), a Secretaria de Saúde divulgou que a medida estava sendo discutida.
Entretanto, para o chefe do Executivo, os decretos vigentes na capital são suficientes para conter a disseminação do novo coronavírus e que não há necessidade do “passaporte”. Ibaneis comentou sobre o assunto durante entrevista coletiva à imprensa para lançamento de programa de capacitação profissional, o Renova-DF, em São Sebastião.
“Não quero passaporte da vacina no Distrito Federal. As restrições [contra a Covid-19] são aquelas dos decretos, que dizem respeito à comprovação da vacina para entrar em shows e eventos. Mas passaporte para entrar nos restaurantes e ambientes, não quero implantar”, disse o governador.
A ideia era de que o aplicativo usasse informações da plataforma do Ministério da Saúde, o ConecteSUS, que oferece um certificado digital de vacinação. Segundo a Secretaria de Saúde, os dados ainda poderiam ser associados a uma foto do usuário, para possibilitar garantia da informação.
O comprovante de vacinação por meio de um aplicativo é usado na cidade de São Paulo, como condição para acesso a eventos, e também na cidade do Rio de Janeiro (veja detalhes abaixo).
Atualmente, o Distrito Federal tem 2.176.041 pessoas vacinadas contra a primeira dose da vacina contra a Covid-19. O total representa 84,39% da população com mais de 12 anos. Além disso, 1.200.065 pessoas completaram a imunização, ou seja, 46,54% do público vacinável.
Liberações
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Pedestres em rua do DF, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução
Atualmente, o Distrito Federal soma 492.977 casos de Covid-19 e 10.415 mortos. Em 27 dias do mês de setembro, a capital registrou 22.506 infectados e superou em 9% o total de diagnósticos de agosto, que teve 20.589 contaminados.
Apenas nesta segunda-feira (27), 1.413 casos e 20 mortes foram confirmados. Apesar do crescimento dos números, o Governo do Distrito Federal (GDF) flexibilizou medidas para conter o vírus, como liberar shows com presença de público.
Em 21 de setembro, Ibaneis anunciou que festivais com público podem ser realizados em Brasília. Segundo a norma, os eventos são restritos a pessoas vacinadas contra a Covid-19, após 15 dias do recebimento da 2ª dose ou dose única, mediante comprovante.
Além disso, apresentação de resultado de exame PCR negativo feito no máximo 72 horas antes do evento, também servirá para autorização da entrada.
Antes disso, em 8 de setembro, o governador extinguiu o toque de recolher e o limite de horário para venda de bebidas alcoólicas no DF. A norma determinava a proibição entre 1h e 5h.
Outras flexibilizações foram implementadas na capital nos últimos meses, como o retorno das aulas presenciais na rede pública, em agosto, e a permissão da presença do público em competições esportivas, em julho.
Passaporte de vacina no Brasil
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Cartão de vacinação pode ser utilizado para entrar em shows e eventos que exigem “passaporte” da vacina contra Covid-19 — Foto: TV Globo/Reprodução
O comprovante de vacinação por meio de um aplicativo já é usado na cidade de São Paulo, como condição para acesso a eventos. A prefeitura informou que a ferramenta será usada também para fiscalizar a presença de pessoas que não tenham sido imunizadas e tomar providências.
No Rio de Janeiro, o “passaporte” pode ser comprovado de formas diferentes: por meio da carteira de digital do ConecteSUS, com a caderneta física de vacinação ou papel timbrado da Secretaria Municipal de Saúde.
Em alguns países, a comprovação da imunização é exigida não só em eventos com grande número de pessoas, mas também em restaurantes. É o caso de Paris, na França e Nova York, nos Estados Unidos.
