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Agricultura, Fazenda e MDIC são contra restrições; Casa Civil e Desenvolvimento Agrário cogitaram medidas para segurar preço de produtos como carne e açúcar
O governo está dividido sobre a possibilidade de restringir exportações de alimentos como uma forma de aumentar a oferta no mercado interno e baratear o preço aos consumidores.
A ideia de criar “cotas de exportação” e um imposto para o que exceder esses volumes máximos foi aventada, segundo duas fontes do governo relataram à CNN, em reuniões no Palácio do Planalto pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e pela Casa Civil.
Três ministérios se insurgiram contra essa hipótese: Agricultura, Fazenda e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi o mais enfático nas discussões. Ele avisou que pedirá demissão se o governo adotar “medidas extravagantes” para baixar o preço dos alimentos.
A ala contrária a esse tipo de intervenção apresentou uma série de argumentos. Por exemplo: as exportações de ovos representam apenas 0,4% da produção brasileira. Outro: as vendas de carne bovina ao exterior se concentram em cortes dianteiros — nenhuma relação, portanto, com a “picanha barata” prometida na campanha eleitoral de 2022.
Para esse grupo, não há bala de prata contra a alta de preços e é preciso esperar os resultados da “supercolheita” de grãos prevista para os próximos meses, bem como preparar um Plano Safra para o período 2025/2026.