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sexta-feira, 22/11/2024
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Cortes no DF deixam 76,5 mil sem fornecimento de água nesta sexta

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Em Brasília

São Sebastião, Planaltina e Sobradinho II terão desligamento parcial. Locais dependem de reservas geradas por córregos para abastecimento.

Três regiões do Distrito Federal vão ficar sem fornecimento de água ao longo desta sexta-feira (23). Condomínios e quadras de São Sebastião, Planaltina e Sobradinho serão afetados pelo sofrerão desligamento temporário do abastecimento de água. A medida visa preservar reservas de barragens e córregos, segundo a Caesb.

No total, 75.624 pessoas serão afetadas. A operação começa em horários diferentes em cada região e tem previsão para durar 23 horas. Por lei, a Caesb não pode fechar o abastecimento por mais de 24h ininterruptas.

O DF passa por um período de escassez hídrica e que deixa as regiões em alerta. São Sebastião, Jardim Botânico, Sobradinho I e II, Planaltina e Brazlândia dependem diretamente dos córregos, já que não são atendidas pelos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria.

A Adasa afirma que existe um risco real de casas e comércios desses locais ficarem sem água nas toneiras, uma vez que o fluxo de água nos córregos está enfraquecidos.

Confira os endereços das três regiões do DF que ficarão sem água nesta sexta:

São Sebastião: Setor Residencial Oeste (quadras 305, 306 e 307), Morro Azul, Vila do Boa e nos bairros São José, São Francisco e Morro da Cruz. A interrupção começa às 9h de sexta e termina às 8h de sábado.

Planaltina: Setor Residencial Leste e na Vila dos Buritis. A interrupção começa às 16h de sexta e termina às 15h de sábado.

Sobradinho II: ARs (13, 15, 17 e 19) e nos condomínios Morada dos Nobres, Vivendas Serranas, Recanto dos Nobres, Vivenda da Serra, Vivenda Campestre, Jardim Ipanema, Jardim América, Serra Dourada, Vila Verde, Residencial Sobradinho 3 e Versailles. A interrupção começa às 15h de sexta e vai até as 14h de sábado.

Racionamento
Frente à possibilidade de crise hídrica, a Adasa decidiu proibir a irrigação de jardins de postos de combustível e o uso de água nas limpezas de para-brisas feitas por frentistas. As novas regras valem a partir desta quarta-feira (21) e foram anunciadas após reunião entre representantes dos estabelecimentos e técnicos da instituição.

Os postos também terão que trocar maquinário. Atualmente, cada um dos 320 estabelecimento gasta em média mil litros de água por hora, número considerado alto pela Adasa. A agência informou ainda que vai revisar as autorizações de motoristas de caminhões-pipa para a retirada do recurso em córregos que já tenham níveis baixos. Eles só poderão recarregar seus tanques nos córregos entre 6h e 14h. O intervalo servirá para que os mananciais d’água “descansem”. O horário foi sugerido pelos próprios motoristas.

Água na barragem de Santa Maria (Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília)

Os caminhões serão usados pelo governo do DF para garantir a água em hospitais, postos de saúde, centros de diálise e UPAs das regiões citadas, durante a fase de racionamento. O Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião, também será abastecido por caminhões. O plano não prevê envio de caminhões às escolas dessas áreas.

Situação crítica
Em Planaltina, por exemplo, a água da região urbana e dos produtores rurais vem do Córrego Pipiripau, um dos maiores do DF. Os agricultores estavam retirando cerca de 240 litros por segundo para irrigação e uso doméstico mas, a partir desta quarta, o limite caiu para 150 litros por segundo.

Os 90 litros “poupados” a cada segundo seguem o curso do córrego até a estação de tratamento da Caesb. Com isso, a água chega mais forte e em maior quantidade. A medida foi adotada nesta quarta, mas a Adasa não soube precisar quando a mudança começará a fazer efeito e se isso será suficiente para extinguir o racionamento em Planaltina.

Até esta quarta, a Caesb estava conseguindo captar cerca de 190 litros por segundo. O valor é bem abaixo da “capacidade outorgada” (máximo permitido), que é de 300 litros por segundo, e bem próxima do limite mínimo de 180. Abaixo desse valor, os equipamentos não são capazes de puxar a água e o fornecimento pode ser interrompido por completo. Com a mudança, o valor captado passa para 280 litros por segundo — suficiente para abastecer a região, segundo a Caesb.

 
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