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terça-feira, 23/12/2025

Corte de R$ 488 milhões no orçamento das universidades federais para 2026

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) anunciou nesta terça-feira, 23, que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 foi reduzido em R$ 488 milhões. Isso representa uma diminuição de 7,05% dos recursos discricionários, que são aqueles usados para despesas como contas de água, luz, limpeza e bolsas de assistência estudantil.

A Andifes expressou “profunda preocupação” com essa decisão do Congresso que modificou o Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo governo federal, dizendo que a redução piora a situação já difícil dessas instituições. O Ministério da Educação (MEC) foi questionado pelo Estadão sobre o que será feito para compensar esses cortes, mas ainda não respondeu.

Segundo a Andifes, os cortes foram aplicados de forma desigual entre as universidades e afetaram todas as áreas essenciais para o funcionamento das instituições federais de ensino superior.

Uma das áreas mais impactadas é a assistência estudantil, crucial para que estudantes de baixa renda possam continuar na universidade. Essa área teve uma redução de R$ 100 milhões, equivalente a 7,3% do seu orçamento.

O comunicado da Andifes destaca que os cortes agravaram a situação financeira das universidades federais, pois sem recomposição, os valores para 2026 serão menores que os gastos de 2025, sem considerar a inflação e os reajustes necessários, especialmente dos contratos de trabalho.

A redução afeta também órgãos importantes para a pesquisa científica do país, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Estamos diante de um cenário que compromete o ensino, a pesquisa e a extensão nas universidades federais, coloca em risco a gestão dessas instituições e dificulta a permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade social”, afirma a Andifes.

A associação está buscando apoio junto ao Congresso e ao governo federal para tentar recuperar o orçamento perdido.

Essa luta por mais verba não é nova. Depois de uma relação difícil com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as universidades retomaram o diálogo com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo assim, enfrentam restrições orçamentárias e tiveram que adotar medidas para economizar, como cortar gastos com combustível e suspender compras de equipamentos e passagens aéreas.

Em maio, as instituições anunciaram essas ações em resposta aos cortes aprovados pelo Congresso, que foram sancionados pelo presidente. Na ocasião, mudanças nos repasses financeiros também prejudicaram as verbas das universidades, mas o governo federal depois informou que faria a recomposição do orçamento.

Estadão Conteúdo

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