A dois meses das eleições legislativas na Argentina, o governo de Javier Milei enfrenta um escândalo de corrupção envolvendo membros próximos à sua administração.
Recentemente, áudios vazados do ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), Diego Spagnuolo, amigo e advogado pessoal de Milei, revelam supostos esquemas ilegais de propina em compras de medicamentos para pessoas com deficiência. Nos áudios, Spagnuolo acusa a irmã de Milei, Karina Milei, secretária-geral da Presidência, de ser beneficiária desse esquema, e sugere que o presidente também tem conhecimento das irregularidades.
Segundo os relatos, Karina e o subsecretário de gestão institucional, Eduardo “Lule” Menem, estariam recebendo propinas da indústria farmacêutica em contratos superfaturados para o fornecimento de medicamentos públicos, com valores que podem chegar a 800 mil dólares mensais. Menem, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Martín Menem, seria o principal operador do esquema com apoio de empresários da distribuidora Suizo Argentina.
Após as denúncias, Milei demitiu Spagnuolo e anunciou intervenção na Andis. Operações de busca e apreensão foram realizadas, resultando na apreensão de dinheiro em espécie e aparelhos celulares para investigação forense.
Javier Milei e sua irmã permaneceram em silêncio diante das acusações, embora tenham participado de eventos públicos. Eduardo Menem negou envolvimento, defendendo a integridade do atual governo e atribuindo as acusações a adversários políticos.
O escândalo surge em momento crítico para Milei, cuja popularidade está em declínio e enfrenta desafios no Congresso. As denúncias podem impactar significativamente as próximas eleições legislativas e a conjuntura política da Argentina.