LUANY GALDEANO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou nesta quarta-feira (10) contra a privatização dos Correios, defendendo que a empresa continue pública para garantir que o serviço postal alcance toda a população.
Apesar dos problemas financeiros da estatal, que acumula prejuízo de R$ 6,1 bilhões até setembro deste ano, os Correios buscam um empréstimo para aliviar suas contas.
Segundo o ministro, outras empresas ficaram com as partes mais lucrativas da logística, enquanto os Correios assumem a parte mais difícil, que é garantir o serviço postal para todos, com tarifas acessíveis. Haddad explicou que há formas de manter este serviço universal e de baixo custo sem vender a empresa.
Em outros países, soluções têm sido adotadas para manter o serviço postal amplo e barato, como incluir serviços financeiros e fazer ajustes nas áreas de previdência e seguros, estratégias que estão sendo avaliadas para reformar os Correios.
Um dos maiores gastos da empresa é com pessoal, que deve atingir R$ 15,1 bilhões este ano.
Haddad afirmou que o governo pode apoiar financeiramente os Correios dentro dos limites do orçamento, mas até o momento não há decisão concreta, já que as negociações para o empréstimo seguem adiante.
O ministro destacou que é necessário um plano sólido para reestruturar a empresa e evitar surpresas financeiras.
O Tesouro Nacional recusou garantir um empréstimo de R$ 20 bilhões solicitado pelos Correios, por julgar os juros altos para um empréstimo com garantia do governo, o que suspendeu a operação. Após isso, o governo buscou ajuda da Caixa Econômica Federal para viabilizar o empréstimo.
Na segunda-feira (8), Haddad declarou que há espaço no orçamento para investir nos Correios, mas ainda não foi tomada uma decisão final sobre os valores ou a efetivação desse apoio.

