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quarta-feira, 31/12/2025

Correios esperam mais gastos que ganhos em 2026

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De acordo com o orçamento previsto para 2026, divulgado no Diário Oficial da União (DOU), os Correios antecipam uma queda nas receitas juntamente com um aumento nas despesas, indicando um déficit anual para o próximo exercício.

A previsão aponta um crescimento de 21% das despesas e uma diminuição de 26% das receitas.

Para 2026, os Correios projetam uma receita corrente de R$ 17,7 bilhões, valor que é R$ 6,3 bilhões inferior à previsão para 2025, quando a receita estimada era de R$ 24 bilhões. Nos dados mais recentes de setembro, a estatal registrou receitas de R$ 12,3 bilhões, equivalente a 60% da previsão anual, o que exigirá a captação de aproximadamente R$ 8 bilhões nos últimos três meses do ano.

Quanto às despesas, a previsão é de R$ 29 bilhões, um aumento de R$ 5 bilhões em relação a 2025. Os gastos com pessoal devem crescer 10,5%, passando de R$ 14,2 bilhões para R$ 15,7 bilhões, com parte desse aumento ligada ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) que prevê a saída de 15 mil funcionários.

Contexto da situação dos Correios

Os desafios enfrentados pelos Correios são fruto de desequilíbrios acumulados ao longo dos anos. A redução das receitas em setores tradicionais, custos operacionais elevados, além de perdas logísticas têm impactado negativamente a empresa.

O crescimento do comércio eletrônico contribuiu parcialmente para a demanda, mas não foi suficiente para equilibrar as dificuldades estruturais, os investimentos não realizados e o avanço da concorrência privada. Atualmente, a estatal trabalha em um plano robusto de reestruturação para retomar sua viabilidade.

Plano de reestruturação dos Correios

O plano proposto para os Correios tem três etapas:

  1. A primeira etapa consiste em recuperar a liquidez da empresa por meio de um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a cinco bancos: Bradesco, Itaú, Santander, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Conforme informado pelo presidente dos Correios, os bancos Bradesco, Caixa e Banco do Brasil aportarão R$ 3 bilhões cada, enquanto Santander e Itaú irão contribuir com R$ 1,5 bilhão cada.
  2. A segunda fase, entre 2026 e 2027, prevê a reorganização e modernização da companhia, incluindo o PDV para 15 mil funcionários, o fechamento de cerca de mil unidades, revisão dos salários em cargos estratégicos, além da reavaliação dos planos de saúde e previdência. Também serão ampliadas parcerias com a iniciativa privada para logística e a comercialização de imóveis desocupados. Com essas medidas, espera-se uma economia anual de R$ 7,4 bilhões, sendo que o programa de demissão voluntária deve gerar uma economia de R$ 2,1 bilhões.
  3. A terceira etapa, prevista para 2027, será dedicada à modernização e consolidação de um novo modelo de negócio baseado em inovação, cooperação e novas fontes de receita. Para isso, será contratada uma consultoria externa para avaliar possíveis mudanças societárias e estratégias futuras.

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