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quinta-feira, 25/12/2025

Correios e empregados não chegam a acordo, decisão fica para o TST

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IDIANA TOMAZELLI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Os funcionários dos Correios recusaram a proposta de acordo coletivo de trabalho apresentada pela empresa durante a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Agora, a questão será resolvida por meio do dissídio coletivo, que é um processo judicial usado para solucionar conflitos quando empregadores e empregados não conseguem um acordo sobre as condições de trabalho. Isso significa que o TST vai decidir quais cláusulas vão compor o acordo coletivo.

O presidente do TST, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, convocou os ministros da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) para estarem preparados para julgar o caso rapidamente, mesmo durante o recesso judicial, já que o tema é considerado prioritário.

O tribunal ressaltou que esta medida é importante para evitar que uma eventual greve, mesmo que limitada a algumas regiões do país, prejudique os serviços especialmente em um período tão importante como as festas de fim de ano.

Em votação realizada na última terça-feira (23), a maioria dos sindicatos rejeitou a proposta e aprovou a deflagração de greve nacional. O resultado foi apertado: 18 sindicatos rejeitaram a proposta (com um deles ainda sem decidir passar à greve), e 16 aprovaram.

Os Correios informaram que, com esse resultado, a negociação direta foi encerrada e que o processo seguirá dentro dos trâmites legais para garantir a continuidade do acordo pelo TST.

Antes das assembleias, a estatal divulgou um vídeo em que a diretora de Gestão de Pessoas, Natália Mota, pediu que os trabalhadores tomassem uma decisão consciente, ressaltando que uma paralisação traria riscos reais para a operação e para a recuperação da empresa.

Ela destacou que a proposta apresentada foi a melhor possível dentro da situação atual. “Não é o acordo ideal, mas reflete um esforço para preservar direitos importantes e garantir condições para que a empresa possa se reerguer”, afirmou.

A proposta prevê o fim do ponto por exceção para os carteiros a partir de 1º de agosto de 2026, o que atualmente garante pagamento de hora extra sem necessidade de compensação quando saem mais cedo.

Segundo a empresa, isso prejudica a produtividade, pois não há como saber se correspondências não entregues são por ausência do destinatário ou por jornada insuficiente dos empregados.

Também está previsto o fim da hora extra tripla (200% de adicional) em domingos e feriados, passando a receber o valor conforme a CLT (100%). A bonificação de final de ano conhecida como “vale-peru” no valor de R$ 2.500 ficou de fora da proposta, gerando insatisfação.

Por outro lado, os Correios mantiveram o adicional de 70% sobre as férias, acima do mínimo exigido por lei.

O acordo prevê reajuste salarial de 5,13% a partir de abril de 2026, com retroativo a janeiro, e um novo aumento em agosto de 2026, baseado na inflação dos 12 meses anteriores. O acordo teria validade de dois anos, caso seja aprovado.

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