Os Correios entregaram ao Tribunal de Contas da União (TCU) um plano para recuperar a empresa estatal, que inclui um pedido de empréstimo de R$ 20 bilhões. Esse valor será conseguido junto a bancos públicos e privados, com a garantia do Tesouro Nacional, desde que sejam tomadas medidas para melhorar a gestão da empresa.
A reunião aconteceu na última semana e foi solicitada pelo presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu a função em setembro. Este tema é considerado crítico pelo TCU e está sob forte acompanhamento por sua importância.
As equipes técnicas do TCU vão monitorar o cumprimento do plano e a participação do governo nesta operação de crédito, especialmente o papel dos bancos públicos. Segundo o tribunal, o objetivo é garantir que as ações cumpram a lei e que os recursos sejam usados de forma transparente e eficaz.
Os Correios acumularam prejuízo de R$ 4,37 bilhões nos primeiros seis meses de 2025, aumentando os resultados negativos dos anos anteriores, especialmente na atual gestão.
Maior empréstimo dos últimos 15 anos
O empréstimo solicitado é o maior que a União já garantiu para estatais, estados e municípios nos últimos 15 anos. Entre 2010 e 2025, o Tesouro Nacional foi fiador de 767 empréstimos internos para esses entes, usados para investimentos e ajuda financeira, mas nenhum chegou a R$ 20 bilhões.
Além disso, nesse mesmo período, foram realizadas 407 operações financeiras com instituições internacionais, sem ultrapassar esse valor. Essas informações foram compiladas pela Secretaria do Tesouro Nacional.
O plano de recuperação também inclui a criação de um novo Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e a venda de imóveis da empresa que estão vagos e custam caro para manter.
Estadão Conteúdo
