Cerca de duas horas e meia depois da suspensão do julgamento da liderança da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) por suposta negligência nos eventos de 8 de janeiro de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu retomar a análise. A notificação de adiamento — divulgada por volta das 16h50 da quarta-feira (6/8) — foi removida algumas horas depois.
O julgamento está previsto para reiniciar na sexta-feira (8/8) em ambiente virtual, com os ministros podendo emitir seus votos até o dia 18 de agosto.
No plenário virtual, o relator do processo, neste caso Alexandre de Moraes, inicializa o voto no sistema. Depois, os demais ministros têm a oportunidade de votar a favor ou contra o relator. Por esse motivo, o resultado pode ser divulgado no mesmo dia da abertura do julgamento ou em dias subsequentes.
São acusados no processo os coronéis Fábio Augusto Vieira, então comandante-geral da PMDF, Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante-geral da PMDF, Jorge Eduardo Barreto Naime, ex-chefe do Departamento de Operações, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, Marcelo Casimiro Vasconcelos, além do major Flávio Silvestre de Alencar e do tenente Rafael Pereira Martins.
Ao aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) em fevereiro de 2024, Alexandre de Moraes afirmou que a alegada “omissão imprópria” desses oficiais permitiu a realização dos ataques contra os prédios dos Três Poderes federais.
Os ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux concordaram com o voto do relator. Na acusação, a PGR ressaltou que parte dos oficiais da PMDF denunciados apresentava um viés ideológico forte, apoiando teorias golpistas e conspiratórias ligadas a supostas fraudes eleitorais.