Palavra final, contudo, é do alto escalão. Anvisa já autorizou uso do imunizante na faixa etária de 3 a 5 anos
Técnicos do Ministério da Saúde devem dar aval à vacinação contra a Covid-19 de crianças de 3 a 5 anos com CoronaVac em reunião nesta sexta-feira. A liberação para estados e municípios iniciarem a aplicação, contudo, ainda vai depender de uma decisão da cúpula da pasta, que aguarda essa avaliação do Comitê Técnico Assessor em Imunizações do Programa Nacional de Imunizações (CTAI/PNI).
Ainda não há data para o anúncio oficial do Ministério da Saúde após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a aplicação da CoronaVac na faixa etária. O ministério também precisa publicar uma nota técnica para orientar como estados, Distrito Federal e municípios devem proceder na aplicação de doses no público mirim.
— Vamos esperar a análise da CTAI. Depois, vamos tomar uma decisão — disse ao GLOBO o secretário-executivo da pasta, Daniel Pereira.
Antecipando-se ao ministério, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciou que a capital vai vacinar crianças de 3 e 4 anos a partir desta sexta-feira. A justificativa para antecipar o calendário é que há doses em estoque. Estados, Distrito Federal e municípios têm autonomia para definir os próprios cronogramas de imunização.
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A Anvisa incluiu a faixa etária de 3 a 5 anos na bula da CoronaVac após estender a autorização de uso emergencial para o grupo — antes, o aval era a partir de 6 anos. Com cinco votos a favor, a decisão foi tomada por unanimidade na última quarta-feira.
A indicação da Anvisa é de que as crianças recebam duas doses do imunizante, com 28 dias de intervalo. Não há distinção de dosagem e de fórmula entre as faixas etárias. O Instituto Butantan, fabricante de CoronaVac no Brasil, pediu o registro definitivo da vacina à agência no último sábado.
Estudo ao qual O GLOBO teve acesso, batizado de Projeto Curumim, mostrou que o público de 3 a 5 anos que recebeu CoronaVac desenvolveu de três a quatro vezes mais anticorpos neutralizantes do que adultos. O total de células de defesa dobra quando comparado com o público de 6 a 17 anos.
O Instituto Butantan não informou se há pedido de compra dessa vacina por parte do ministério e dos estados. A capacidade de produção é de 200 milhões de doses ao ano. Chile, China, Colômbia, Tailândia, Camboja, Equador e Hong Kong já usam CoronaVac no público abaixo de 6 anos.
“Após aprovação pela Anvisa, o Butantan espera agora que o imunizante seja incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, de acordo com a demanda necessária e mediante contratação”, diz a nota.
Procurado pelo GLOBO, o ministério não respondeu se haverá compra de novas doses e o estoque da pasta para o imunizante. Em nota, limitou a informar que “vai avaliar, junto à Câmara Técnica Assessora em Imunizações, o uso do imunizante nesta faixa etária”, mas sem definir prazo para a decisão.