O governo da Coreia do Sul convocou uma reunião urgente no sábado (6/9) para tratar da prisão de 475 trabalhadores imigrantes, em sua maioria sul-coreanos, em uma unidade da Hyundai nos Estados Unidos. A operação foi conduzida pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) na quinta-feira (4/9) e foi a maior ação do Departamento de Segurança Interna americano em quantidade de detidos simultaneamente.
O presidente do país, Lee Jae-myung, ordenou empenho total para uma resposta rápida às detenções. O ministro das Relações Exteriores, Cho Hyun, anunciou a criação de uma força-tarefa e informou que poderá viajar para Washington D.C. para negociar com autoridades americanas, caso seja necessário.
“Estou profundamente preocupado. Sinto uma grande responsabilidade pelas prisões de nossos cidadãos”, declarou Cho Hyun.
Um representante do Ministério das Relações Exteriores criticou a medida adotada pelos Estados Unidos. “As operações comerciais das nossas empresas nos EUA e os direitos dos nossos cidadãos não devem ser prejudicados de maneira injusta durante a aplicação da lei americana”, afirmou Lee Jae-woong.
Na quinta-feira (4), agentes americanos efetuaram uma operação na fábrica de baterias da Hyundai, situada na Geórgia, o que resultou na prisão de 475 trabalhadores, a maioria sul-coreana. A ação, considerada a maior do ICE em um único local, teve como foco imigrantes com vistos temporários para turismo ou negócios que estavam atuando de forma irregular.
O governo dos EUA afirmou que todos os detidos estavam em situação ilegal de trabalho, contrariando as condições de seus vistos, e destacou que portadores de green card podem ser deportados se tiverem condenações criminais qualificadas.
Durante a operação, algumas pessoas tentaram escapar, inclusive entrando em um lago de esgoto próximo ao local, conforme relatos do gabinete do procurador do Distrito Sul da Geórgia. Um porta-voz da Hyundai declarou ao jornal que acredita que nenhum dos detidos era empregado direto da Hyundai Motor Company.
A operação faz parte de uma campanha iniciada em janeiro pelo governo de Trump contra a imigração ilegal, intensificando as tensões entre Washington e Seul, que também divergem em questões relacionadas a um acordo comercial estimado em US$350 bilhões em investimentos sul-coreanos nos EUA.