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sexta-feira, 19/09/2025

Coreia do Norte testa drones e foca em inteligência artificial

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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, acompanhou de perto um ensaio com um drone tático e determinou o aumento no uso de inteligência artificial (IA) para o avanço das tecnologias militares no país, conforme noticiado pela imprensa oficial nesta sexta-feira (19/9).

O experimento com drones, que não foi o primeiro monitorado diretamente por Kim, representa mais um passo na demonstração do poder militar de Pyongyang, sobretudo em meio aos exercícios militares conjuntos entre Seul e Washington.

De acordo com a agência estatal KCNA, Kim visitou o Complexo Tecnológico de Aeronaves Não Tripuladas, em um local mantido em sigilo, onde observou o desempenho dos dispositivos de vigilância e dos drones de ataque da série Kumsong, cuja existência foi evidenciada pela primeira vez na mídia oficial.

Imagens divulgadas mostraram um drone decolando e acertando um alvo, com a imprensa estatal destacando a “eficácia notável em combate dos drones táticos da série Kumsong”. Kim expressou grande satisfação com os resultados alcançados durante o teste.

Em sua visita, Kim Jong-un ressaltou que, na guerra moderna, as aeronaves não tripuladas têm ampliado seu papel e se tornado instrumentos militares essenciais. Por isso, o desenvolvimento da tecnologia essencial desses sistemas, a aplicação de IA e a melhoria das capacidades operacionais são prioridades para a modernização das forças armadas norte-coreanas.

Os drones são considerados um recurso militar vital e ganharam prioridade máxima, segundo Kim. Ele também mandou acelerar o desenvolvimento de tecnologia de IA e fortalecer a produção desses drones.

O analista Hong Min, do Instituto Coreano para a Unificação Nacional em Seul, afirmou que Kim enxerga a tecnologia dos drones como fundamental para assegurar o status de potência do país. Segundo ele, os drones oferecem ameaças eficazes e econômicas, com maior autonomia, precisão, letalidade e flexibilidade tática, além da possibilidade de produção em grande escala.

A Coreia do Norte já havia testado drones similares em agosto, novembro de 2024 e março deste ano, e os modelos recentes já incorporaram tecnologia de IA.

Especialistas sugerem que essa nova capacidade pode estar conectada à aliança com Moscou. Além disso, soldados enviados para lutar ao lado da Rússia na Ucrânia ganham experiência em guerra moderna, inclusive no uso de drones.

Lim Eul-chul, da Universidade Kyungnam na Coreia do Sul, apontou que a IA pode permitir que os drones norte-coreanos operem mesmo com bloqueios de GPS ou comunicação, utilizando algoritmos pré-programados.

A Coreia do Norte também levou a cabo ataques para bloquear sinais de GPS contra equipamentos sul-coreanos, impactando navios e aeronaves civis. A iniciativa em IA ganhou impulso em 2024, apoiada por transferência de tecnologia da Rússia e aprendizados da guerra na Ucrânia, segundo Lim.

Agências de inteligência da Coreia do Sul e do Ocidente revelaram que o país enviou mais de 10 mil soldados para a Rússia em 2024, principalmente na região de Kursk, junto com diferentes tipos de armamentos. Estima-se que cerca de 600 soldados norte-coreanos tenham morrido e milhares ficaram feridos em combate ao lado dos russos.

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