São Paulo, 29 – Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), explicou nesta segunda-feira que o Comitê de Política Monetária (Copom) identificou vários indicadores importantes que mostram a necessidade de manter as taxas de juros elevadas. Esses indicadores incluem um hiato positivo, expectativas de inflação que estão fora da meta, e projeções de inflação altas.
Guillen afirmou no HSBC Brazil Investment Fórum que a decisão de manter os juros altos é firme e fundamentada. Ele destacou que os membros do Copom estão preocupados com as expectativas de inflação que se desviaram da meta, o que é um ponto central para o instituição.
Ele enfatizou a importância de continuar monitorando todos os dados econômicos para verificar se a economia está desacelerando como esperado, ressaltando que a política monetária tem tido o efeito desejado até o momento.
Guillen também comentou que a força do mercado de trabalho pode ser explicada pela renda disponível das famílias. Como ainda existe incerteza sobre a taxa natural de desemprego e o hiato do produto, é essencial observar os salários para entender a pressão existente no mercado de trabalho.
Precatórios
O diretor acrescentou que, em 2023, os impactos de questões fiscais, especialmente dos precatórios, foram subestimados. Ele relembrou que no início do ciclo de redução dos juros, a inflação estava próxima de 4%, a atividade econômica desacelerava e as expectativas estavam caindo.
No entanto, no começo de 2024, a economia mostrou sinais de recuperação, com mercado de trabalho mais forte e aumento dos salários, o que levou o Copom a ajustar a comunicação e parar a redução dos juros, eventualmente aumentando-os novamente. Ele ressaltou que cada ciclo econômico tem suas particularidades e não é adequado comparar diretamente os movimentos passados da política monetária.
