O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que não há indicações fixas nem decisões definidas sobre a próxima atitude do Comitê de Política Monetária (Copom). Ele comentou que entende a ansiedade das pessoas em querer uma sinalização clara sobre cortes de juros, mas destacou que a estratégia atual, que é aguardar e analisar os dados antes de agir, é mais adequada.
Galípolo ressaltou que, ao retirar sinais pré-definidos, o mercado vai ajustando suas expectativas com base nos dados reais, e que não adianta tentar antecipar decisões sem informações concretas.
Em uma entrevista coletiva sobre o Relatório de Política Monetária do último trimestre, o presidente do BC explicou que o Copom evita dar sinais antecipados, optando por manter uma postura que depende dos dados econômicos que vão surgindo.
Ele disse que, diante do equilíbrio entre informar antecipadamente e aguardar mais informações para tomar uma decisão mais fundamentada, a melhor escolha é aguardar. Isso significa que a decisão depende dos números que serão coletados até a próxima reunião do Copom.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, também participou da entrevista e confirmou que essa postura atrelada aos dados tem ajudado o colegiado a ajustar suas decisões conforme novas informações aparecem.
Orientações futuras
Galípolo evitou dar qualquer indicação sobre possíveis cortes de juros no futuro, ressaltando que esse tipo de orientação só seria possível se uma decisão já tivesse sido tomada, o que não ocorreu.
Diogo Guillen explicou que o Copom tem buscado ser mais claro na comunicação, por exemplo, alterando termos na divulgação para mostrar confiança maior na estabilidade da taxa Selic.
Impactos e ajustes
Galípolo mencionou que o Banco Central incorpora aos seus cenários os impactos de choques econômicos, como as tarifas que os Estados Unidos aplicaram ao Brasil. Ele reconheceu que as previsões iniciais ainda divergem do resultado real, o que mantém a discussão aberta e o cuidado na tomada de decisões.
O presidente do BC concluiu que essa incerteza reforça a necessidade de continuar adotando uma postura flexível e dependente dos dados.

