19.5 C
Brasília
quarta-feira, 17/12/2025

Copom aponta fatores para reduzir a taxa de juros

Brasília
nuvens quebradas
19.5 ° C
19.5 °
18.7 °
95 %
3.1kmh
75 %
qua
27 °
qui
23 °
sex
25 °
sáb
19 °
dom
18 °

Em Brasília

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada em 16 de dezembro, destacou que a taxa básica de juros, a Selic, pode permanecer elevada por um período extenso. No entanto, o documento aponta os elementos que devem mudar para que o colegiado considere diminuir essa taxa.

A reunião, que decidiu manter a Selic em 15% ao ano, foi concluída em 10 de dezembro. O anúncio veio com um tom rígido, frustrando expectativas de uma possível redução imediata.

Situação dos juros no Brasil

A taxa Selic é a principal ferramenta para controle da inflação. Os membros do Copom decidem se a Selic será aumentada, mantida ou reduzida, visando controlar a alta dos preços no país. Juros mais altos tendem a diminuir o consumo e os investimentos, tornando o crédito mais caro e desacelerando a economia, o que contribui para a queda dos preços.

Projeções recentes indicam que o mercado não espera que a taxa de juros fique abaixo de dois dígitos durante o governo Lula e o mandato de Galípolo à frente do Banco Central.

A ata, diferente do comunicado, é um documento detalhado que explica o cenário avaliado pelo Copom e aponta os principais fatores para suas decisões.

Principais fatores para redução da taxa

O principal critério para diminuir a taxa básica é a inflação atingir o centro da meta, estabelecida em 3%, com uma margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Até novembro, a inflação anual acumulada ficou em 4,46%, ultrapassando o centro da meta.

Política fiscal e estímulo ao crédito

O Copom expressa preocupação com o controle das despesas governamentais, pois o aumento dos gastos fomenta a demanda e alimenta a inflação. A ata ressalta que a redução nas reformas estruturais, a disciplina fiscal frouxa, o crescimento do crédito e incertezas sobre a dívida pública podem elevar a taxa de juros neutra da economia.

Para 2025, a meta fiscal é déficit zero, com tolerância de até 0,25% do PIB, equivalente a 31 bilhões de reais. O governo espera um resultado deficitário próximo a esse limite, considerando exceções que não entram nesse cálculo.

O estímulo ao crédito pelo governo inclui programas como o Crédito do Trabalhador, que amplia o crédito consignado para trabalhadores formais, rurais, domésticos e Microempreendedores Individuais (MEIs).

Inflação no setor de serviços

O Copom destaca indicadores desfavoráveis para a queda da inflação, especialmente no setor de serviços, que é crucial para a trajetória de redução dos juros. Embora a inflação de serviços tenha mostrado algum arrefecimento, ela permanece mais resistente, influenciada por um mercado de trabalho dinâmico e uma atividade econômica em moderação gradual.

O setor de serviços apresentou crescimento modesto de 0,1% no terceiro trimestre, impactando o resultado geral do PIB, que avançou apenas 0,1%, com desempenho inferior ao do segundo trimestre, que teve alta de 0,4%.

Outro ponto mencionado foi o preço da energia elétrica, com previsão da aplicação da bandeira tarifária amarela em dezembro e para 2026, o que eleva os custos para os consumidores.

Crescimento econômico

De acordo com o Boletim Focus do dia 15 de dezembro, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 2,25% em 2025. O Ministério da Fazenda estima um crescimento de 2,2%, enquanto o Banco Central prevê 2%. Em 2024, o PIB cresceu 3,4%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Veja Também