A presidência da COP30 agendou as sessões finais da conferência para as 10h deste sábado (22/11). O comunicado, enviado durante a madrugada, informa que as discussões para finalizar o texto principal continuaram durante toda a noite em Belém.
“As sessões finais da COP30 estarão reunidas às 10h de sábado, 22 de novembro. As negociações da presidência seguirão pela noite toda”, afirmou o comunicado divulgado pelo canal oficial no WhatsApp.
Até as 5h30 deste sábado, as versões atualizadas do texto ainda não haviam sido divulgadas. Originalmente, o encerramento estava previsto para sexta-feira (21/11), mas os negociadores continuam trabalhando para resolver pontos pendentes, como um plano efetivo para eliminar os combustíveis fósseis — tema que gerou controvérsia nas últimas horas em Belém.
Na sexta-feira, o Brasil apresentou um rascunho do acordo final, que não incluiu medidas para a redução do uso dos combustíveis fósseis. A palavra “fósseis” não consta no texto principal do documento.
A questão da transição energética tem sido um tema central nas conferências desde a COP26, em 2021. A ausência desse ponto no acordo causado descontentamento entre os negociadores presentes.
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, e líderes mundiais participaram da abertura da cúpula em Belém.
A União Europeia manifestou insatisfação com a proposta apresentada. “Este texto está muito aquém da ambição necessária para combater as mudanças climáticas. Estamos desapontados com a versão que está sendo discutida”, afirmou o Comissário Europeu para o Clima, Wopke Hoestra, em declaração oficial.
O projeto de texto inclui o lançamento do Acelerador Global de Implementação, uma iniciativa para reforçar os compromissos assumidos pelos países no Acordo de Paris, com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C.
O Observatório do Clima, uma organização ambiental sem fins lucrativos que reúne várias entidades, criticou o documento apresentado, afirmando que ele não representa um resultado satisfatório para a conferência.
Segundo a ONG, o chamado “Pacote de Belém”, conjunto de decisões divulgado na madrugada de sexta-feira (21), é desequilibrado e inaceitável como resultado da conferência. Os rascunhos apresentados são superficiais e omitem um ponto vital: não fornecem um roteiro para a transição para longe dos combustíveis fósseis, conforme determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apoiado por 82 países. A expressão “combustíveis fósseis” não aparece em nenhum dos 13 textos publicados até o momento.
