São Paulo, 09 – A presença presencial na COP30, conferência climática da ONU realizada em Belém entre 10 e 21 de novembro, foi de 42.618 pessoas, conforme a lista oficial do evento divulgada nesta terça-feira, 9. Participaram representantes de 190 países membros da convenção do clima.
Em novembro, a Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança do Clima (Unfccc) informou que houve 56.118 inscritos vindos de 194 países.
Os 42 mil participantes contabilizados são aqueles que estiveram fisicamente no local e receberam um credenciamento válido para circular pela zona azul, área oficial da conferência, ao menos um dia do evento. Além disso, 2.550 pessoas acessaram ao menos uma vez a plataforma virtual para acompanhar a transmissão pela internet.
Esse número é o quarto maior já registrado e representa mais de dez vezes a presença da primeira conferência, realizada em 1995 em Berlim, que contou com cerca de quatro mil participantes. Contudo, o público foi menor que nas três edições anteriores, que tiveram recordes:
- COP-29 (Baku, Azerbaijão): 54.148 participantes;
- COP-28 (Dubai, Emirados Árabes): 83.884 participantes;
- COP-27 (Sharm El-Sheikh, Egito): 49.704 participantes.
Na COP realizada no Brasil, destacou-se também a participação da sociedade civil além do espaço oficial, com manifestações quase diárias de indígenas e ambientalistas. A Cúpula dos Povos, evento paralelo na Universidade Federal do Pará entre 12 e 16 de novembro, contou com 25 mil credenciados de 60 países e aproximadamente 20 mil visitantes diários no campus, de acordo com a organização.
O que o aumento da participação representa
O crescimento no número de participantes da conferência climática ao longo dos anos mudou a dinâmica do evento.
Se as primeiras reuniões nos anos 1990 ocorreram com pouca visibilidade e isoladas da sociedade, as mais recentes acompanham a maior importância do tema ambiental, com maior transparência exigida pelo público e pressão sobre os líderes, segundo especialistas.
Para Ana Flávia Granja e Barros, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), a COP passou a ser uma oportunidade de diálogo entre diferentes setores. “A ampla participação é fundamental para a legitimidade das decisões”, afirma.
Estadão Conteúdo

