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terça-feira, 02/09/2025

Consumo das famílias impulsiona economia no 2º trimestre

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Em Brasília

O Brasil teve um crescimento econômico de 0,4% no segundo trimestre em comparação ao primeiro, impulsionado principalmente pelo aumento de 0,5% no consumo das famílias.

Essa informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) junto com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 3,2% em 12 meses.

O PIB é medido considerando o consumo das famílias, consumo do governo, investimentos, exportações e importações.

Entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, o consumo das famílias subiu 0,5%, o consumo do governo caiu 0,6%, os investimentos caíram 2,2%, as exportações aumentaram 0,7% e as importações caíram 2,9%.

O consumo das famílias é o maior componente do PIB, representando 63,8%, enquanto as exportações representam 18%.

Juros

O crescimento de 0,4% no PIB é uma desaceleração comparada ao aumento de 1,3% no primeiro trimestre.

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, explica que essa diminuição no ritmo se deve à política de juros altos do Banco Central para controlar a inflação.

A taxa básica de juros (Selic) está em 15% ao ano, o maior valor desde 2006, o que desestimula o consumo e os investimentos para conter a inflação.

Mesmo assim, o consumo das famílias continuou firme, chegando ao maior nível já registrado no segundo trimestre. Rebeca Palis atribui esse resultado ao mercado de trabalho e à política do governo de apoiar a economia.

“O mercado de trabalho segue ativo, os salários reais continuam crescendo e os programas de transferência de renda ajudam bastante”, diz Rebeca Palis.

Segundo dados recentes do IBGE, o desemprego no Brasil está em 5,8%, o menor desde 2012, e o salário médio mensal do trabalhador bateu recorde em R$ 3.477.

O Bolsa Família é o principal programa de assistência do governo, beneficiando 19,19 milhões de famílias com um valor médio de R$ 671,54.

Apesar dos juros altos, o crédito para as famílias continua crescendo. Rebeca Palis ressalta que o crédito para as empresas caiu, mas para as pessoas físicas seguiu firme.

“O crescimento do crédito para pessoas físicas continua, mesmo com a desaceleração para empresas”, avalia Rebeca Palis.

Tarifas e comércio exterior

As exportações brasileiras no segundo trimestre não foram afetadas pelo aumento das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, pois estas só começaram em agosto.

Rebeca Palis acredita que os efeitos aparecerão somente no terceiro trimestre, mas destaca que as exportações têm menos impacto no PIB do que o consumo das famílias.

“A economia brasileira depende muito mais do consumo das famílias do que do comércio exterior, especialmente com os EUA”, comenta Rebeca Palis.

Os Estados Unidos não são mais o principal parceiro comercial do Brasil. A China lidera as exportações brasileiras atualmente.

De 2001 a 2024, a participação americana nas exportações caiu de 24,4% para 12,2%, quase metade, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços, informou que as tarifas americanas atingem 3,3% das exportações brasileiras.

Fonte: Agência Brasil

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