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segunda-feira, 29/12/2025

Consórcio Canal Galheta vence concessão do Porto de Paranaguá

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O Consórcio Canal Galheta Dragagem (CCGD) ganhou a concessão para administrar o canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR), após vencer o leilão realizado na B3, a bolsa de valores de São Paulo. O leilão contou com a presença do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e do governador do Paraná, Ratinho Júnior.

A oferta vencedora do consórcio foi de 12,63% de desconto na tarifa de referência, o máximo permitido, e um lance de R$ 276 milhões, superando três concorrentes. A disputa teve 18 lances em viva-voz, onde o critério de menor tarifa e maior outorga fixaram a proposta vencedora.

A rivalidade mais acirrada foi entre o Consórcio Canal Galheta Dragagem e a empresa chinesa China Harbour Engineering Company (CHEC) Dredging.

Detalhes da disputa

Na etapa inicial, os descontos oferecidos foram: DTA Engenharia (1,29%), Jan de Nul (0,34%), CHEC Dredging (10,30%) e CCGD (10,73%). Como mais de uma empresa apresentou valores próximos, ocorreu a disputa por viva-voz entre três participantes, excluindo a Jan de Nul por ter a menor proposta. A DTA Engenharia optou por não continuar na disputa ao vivo, restando a disputa entre CHEC Dredging e CCGD, ambas com desconto máximo de 12,63%.

Com empate nesta fase, o leilão seguiu para a disputa da outorga, terminando com o CCGD oferecendo R$ 276 milhões.

A concessão e seus impactos

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) concedeu o canal de acesso por 25 anos, com possibilidade de prorrogação de até 70 anos. Trata-se do primeiro canal de acesso portuário no Brasil a ser concedido à iniciativa privada.

Segundo o governo do Paraná, essa é uma ação pioneira no país, onde a responsabilidade por dragagem, antes do porto, passa à concessionária, que terá que ampliar a profundidade do canal.

A licitação transferiu à concessionária serviços hoje feitos pela Autoridade Portuária Portos do Paraná, como dragagens, sinalização, batimetria e monitoramento das embarcações.

O modelo adotado deverá ser referência para futuras concessões nos portos de Santos, Itajaí, Salvador e Rio Grande.

Os concorrentes precisaram apresentar descontos na taxa Inframar, paga pelos navios para acessar o porto, que cobre os custos das dragagens para garantir a segurança das manobras. Atualmente, essa responsabilidade é da Autoridade Portuária.

A empresa vencedora terá que investir R$ 1,22 bilhão nos primeiros cinco anos e pagar uma outorga anual fixa de R$ 86 milhões durante o contrato de 25 anos. Uma obrigação importante é aumentar a profundidade do canal, de 13,5 para 15,5 metros, permitindo a operação de navios maiores com maior capacidade de carga.

“Dois metros a mais de profundidade significam cerca de mil contêineres extras por navio ou 14 mil toneladas adicionais de produtos, sem custo maior para o usuário. Com o leilão, o preço pode até diminuir”, explicou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

O Porto de Paranaguá recebe atualmente cerca de 2.600 navios ao ano, principalmente granéis como soja e proteína animal. De acordo com a Antaq, este porto foi o segundo que mais movimentou cargas no primeiro semestre de 2025, com 30,9 milhões de toneladas, crescimento de 2,6% em relação ao ano anterior.

Sobre o canal

Localizado ao sul da Ilha do Mel, o Canal de Acesso, conhecido em parte como Canal da Galheta, é a principal entrada para o porto desde a década de 1970, quando se tornou necessário dragar o Banco da Galheta para atender navios maiores.

Outros leilões no dia

No mesmo dia, o ministro também esteve presente em outros dois leilões portuários: um no Rio de Janeiro para o Terminal RDJ07, focado em cargas de apoio logístico offshore, com previsão de investimento de R$ 99,4 milhões em 25 anos; e outro em Maceió para o terminal de passageiros TMP, importante para o turismo de cruzeiros no Nordeste com investimento estimado em R$ 3,75 milhões no período contratual.

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