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quarta-feira, 19/11/2025




Consequências dos Acidentes de Trânsito para as Famílias

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Em Brasília

O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito, comemorado no terceiro domingo de novembro, trouxe uma ação inédita no Distrito Federal. Pela primeira vez, o Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), através da Diretoria de Educação de Trânsito (Direduc), homenageou cinco famílias que perderam entes queridos em acidentes de trânsito. O evento teve a finalidade de lembrar as histórias dessas vítimas e sensibilizar a população sobre os impactos desses acidentes nas vias. Na mesma ocasião, foi lançado o livro “Vidas Interrompidas”, escrito pelo agente de trânsito Mário Fernando de Freitas.

O Detran-DF busca cumprir sua função institucional ao promover a conscientização e o apoio, reafirmando seu compromisso com a prevenção de acidentes e a preservação da vida. Entre janeiro e setembro deste ano, 174 acidentes fatais foram registrados no trânsito do DF.

Segundo o diretor-geral do Detran-DF, Marcu Bellini, o evento é muito importante para a sociedade. Ele ressaltou a necessidade de transformar momentos de tristeza em alertas para a população. “Precisamos de mais paz no trânsito e estamos focando na educação para conscientizar as pessoas”, afirmou. Marcu destaca que o Detran não é apenas um órgão fiscalizador, mas que defende a vida das pessoas no trânsito.

A prioridade é educar mais e punir menos, colocando a vida das pessoas em primeiro lugar. Muitas vezes, o desrespeito às regras, como o consumo de álcool, coloca vidas em risco. A intenção é aumentar a fiscalização, especialmente em casos de alcoolemia, para salvar vidas. “Trânsito não é lugar para matar, e sim para facilitar nossas vidas.”

Mais que números

No evento, foi lançado o livro Vidas Interrompidas, pelo agente de trânsito Mário Fernando de Freitas. Ele destacou que o Brasil é o terceiro país com maior número de mortes no trânsito, com mais de 30 mil vítimas em 2023. No DF, cerca de 200 famílias por ano perdem algum parente em acidentes.

Mário buscou entender como essas famílias estavam após um ano dos acidentes e descobriu que muitas ainda enfrentavam dificuldades financeiras, emocionais e espirituais, encontrando apoio na religião. Ele entrevistou algumas dessas famílias e afirmou que é essencial oferecer acolhimento a elas. “Falta empatia para que as pessoas dirijam com mais responsabilidade.”

Homenagem às vítimas

Oito famílias foram homenageadas no evento. Entre elas, Lorena de Carvalho Miranda Rodrigues, que perdeu os pais em um grave acidente na BR-414, envolvendo 18 veículos e deixando quatro mortos. Seus filhos pequenos ficaram feridos, mas sobreviveram. Lorena relatou que ainda sofre muito com a perda e que datas comemorativas se tornaram difíceis.

Ela busca os direitos da família pois seus pais respeitavam as sinalizações de trânsito no momento do acidente. Para ela, a homenagem foi importante para manter a memória dos pais viva e alertar as pessoas sobre a importância de respeitar o trânsito.

Patrícia Martins Toledo de Oliveira perdeu a filha Maria Flor Martins Toledo, de pouco mais de 6 anos, no mesmo acidente que vitimou os pais de Lorena. Patrícia contou que o luto é intenso e constante, mas que encontra forças para continuar. Para ela, a homenagem é uma forma de que a filha não seja esquecida.

Michel Keysler de Oliveira, pai de Maria Flor, disse que não recebeu ajuda na época do acidente e que buscar amparo para as famílias nessa hora é fundamental. Ele valoriza eventos como o do Detran e acredita que são passos para melhorias.

A irmã mais velha de Maria Flor, Pâmela Ester, relembra com carinho os momentos que passou com a irmã e sente muita falta dela. A família busca seguir vivendo com as memórias e o exemplo da criança.




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