Em uma tenda montada na praça da Administração Regional de São Sebastião, foram aplicados imunizantes contra o papilomavírus humano (HPV), febre amarela e bivalente. As ações ocorreram durante a 23ª edição do GDF Mais Perto do Cidadão, em parceria com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF).
Daniel Nunes Lima, 17, colocou a carteira de vacinação em dia. “Tomei antitetânica, febre amarela, hepatite B e a bivalente. O Dia D, claramente, chama a atenção dos moradores, facilita o acesso e a gente se interessa muito em vir e aproveitar. Gosto bastante”, elogiou.
Junto à imunização, profissionais de saúde atenderam pessoas com sintomas da dengue. Foi o caso do atendente Daniel Silva Souza, 39. Com dores no corpo e náusea, enquanto aguardava o resultado sobre a doença, ele recebeu hidratação intravenosa. “Ter uma tenda tão perto facilita na hora de buscar por assistência. Com a epidemia, esses espaços evitam sobrecarregar os hospitais e as UPAs [Unidades de Pronto Atendimento]”, avaliou.
Na Tenda da Dengue em São Sebastião, instalada em janeiro deste ano, foram feitos 5,8 mil atendimentos até a última quinta-feira (7), uma média de 110 por dia. Nesta nona edição, as equipes de saúde realizaram também testagem de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), aferição de pressão, glicose e vacinação antirrábica para cães e gatos.
Monitoramento e descarte ilegal
“A luta contra a dengue é de todos nós. O governo tem feito a parte dele, mas os focos ainda estão dentro das residências”
Celina Leão, vice-governadora
Mais de 60 Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) e 180 bombeiros militares atuaram na região em visitas domiciliares para a identificação de focos do mosquito, orientando os moradores sobre os cuidados contra entulhos e água parada.
Presente no evento, a vice-governadora, Celina Leão, alertou sobre o descarte irregular de lixo. Segundo a gestora, foram recolhidos 1,2 mil toneladas em São Sebastião. “A luta contra a dengue é de todos nós. O governo tem feito a parte dele, mas os focos ainda estão dentro das residências. Precisamos da ajuda da população. Não joguem lixo nas ruas, vocês podem ser vítimas”, pediu.
Em um dos estandes do evento, a agente de saúde da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) Maria Madalena da Silva Pacheco explicou ao público sobre o ciclo de vida do mosquito. A exposição contou com amostras vivas da larva que puderam ser observadas por meio de um microscópio. “Assim fica mais fácil de as pessoas identificarem também.”
Apesar disso, a diretora de Vigilância Ambiental (Dival), Kênia Cristina de Oliveira, lembrou que os agentes têm mais habilidades e que permitir a visita é essencial. “São profissionais capacitados, com olhar treinado para ajudar a identificar o foco onde a gente comumente não acha. Pedimos ainda que todas as recomendações feitas por eles sejam executadas, semanalmente.”
Uma luta de todos
O papel fundamental da população no combate ao Aedes aegypti foi ressaltado pela tenente-coronel Lorena Athaydes, comandante do Grupamento de Proteção Civil do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). “Precisamos dessa participação ativa das pessoas. Não é porque hoje o bombeiro vai fazer a visita na residência que o serviço acabou, é necessário vigilância constante”.
Em adição ao trabalho dos agentes e bombeiros, 12 carros do “fumacê” passaram pela região aplicando o inseticida. A Defesa Civil apoiou também a ação com quatro drones que percorreram áreas de difícil acesso.
Tratamento
Na luta contra a dengue, a rede da SES-DF conta com 60 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) com horário estendido, sendo dez abertas todos os dias, das 7h às 19h. Outras 49 acolhem também aos sábados, das 7h às 12h; e mais 11 funcionam de segunda a sexta-feira, até às 22h.
Como a dengue é uma doença viral, o tratamento é focado no alívio dos sintomas, por meio de prescrição de antitérmicos, ingestão de líquidos e repouso. O paciente normalmente tem febre acima de 38 graus, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Portanto, ao primeiro indício, é preciso procurar a UBS mais próxima. Elas são a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS) e todas estão com salas de reidratação ampliadas.
*Com informações da Secretaria de Saúde