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sábado, 20/12/2025

Consciência ambiental aumenta em regiões com projetos duradouros

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Estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Rede Biomar revela que regiões com projetos de conservação de longo prazo aumentam a conscientização ambiental das pessoas em até 20%.

A pesquisa, feita em maio com 1.803 entrevistados de cidades litorâneas, mostra que aqueles que conhecem os cinco principais projetos de preservação marinha da Rede Biomar têm uma percepção maior sobre sua ligação com o oceano, chegando a 20% em alguns casos, devido a ações contínuas e educativas.

Resultados importantes

As pessoas envolvidas nos projetos apresentam uma percepção 11% maior sobre a influência do oceano em suas vidas e 88% delas buscam informações sobre o tema, número 23% superior ao grupo que não conhece as iniciativas. Além disso, 87% sentem-se motivados a ajudar na conservação marinha, em comparação a apenas 13% do grupo controle.

Mais de 80% dos pesquisados estão dispostos a mudar seus hábitos para proteger o oceano, com quase metade muito dispostos a agir, quase o dobro do grupo controle. Cerca de 90% afirmam querer ser agentes de mudança e incentivar a divulgação dos projetos, 12% acima do grupo sem contato com a Rede Biomar.

Planejamento e mobilização

A pesquisa faz parte do planejamento estratégico da Rede Biomar dentro da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que vai até 2030.

Tatiana Neves, fundadora do Projeto Albatroz e membro da Rede, destaca que o aumento da conscientização é um dos focos principais para mudar comportamentos e fortalecer as ações.

Segundo Ronaldo Christofoletti, coordenador do Programa Maré de Ciência, o ensino prolongado é fundamental para a transformação dos conhecimentos em atitudes práticas em prol do meio ambiente.

Principais desafios

A fundadora do Projeto Albatroz destaca que o desafio é transformar a preocupação das pessoas em ações concretas, ajudando a identificar quais atitudes no dia a dia são eficazes para a conservação, como reduzir o uso de plástico descartável e participar de mutirões de limpeza.

É importante adaptar as estratégias de comunicação para diferentes públicos, levando em conta idade, linguagem e localidade, para que o conhecimento seja acessível a todos, ressalta Ronaldo Christofoletti.

Educação e ações futuras

Tatiana Neves reforça que muitas pessoas ainda se sentem afastadas da responsabilidade individual, acreditando que o governo deve resolver os problemas ambientais, o que dificulta o engajamento.

Ela defende investimentos de longo prazo em educação ambiental e o apoio de empresas e governos para garantir mudanças duradouras no comportamento e percepção das pessoas.

Ronaldo Christofoletti aponta que políticas públicas como o Currículo Azul, que integra a educação oceânica no currículo escolar brasileiro, são essenciais para formar cidadãos conscientes e atuar em todas as faixas etárias e níveis de ensino.

O Currículo Azul inclui temas sobre a importância dos oceanos e sua relação com o meio ambiente, abrangendo diversos biomas do país e considerando a mudança climática.

Fortalecimento das políticas públicas

Para fortalecer a conscientização, é crucial apoiar e ampliar projetos como os da Rede Biomar, financiados pela Petrobras, em níveis municipal, estadual e federal para aumentar o engajamento social.

Ronaldo Christofoletti acredita que o conhecimento precisa alcançar também as emoções das pessoas para que haja transformação efetiva no comportamento ambiental.

Esse ensino deve começar desde a infância, abrangendo todas as etapas escolares, do maternal ao ensino superior.

Rede Biomar e Programa Maré de Ciência

Fundada em 2007, a Rede Biomar atua na pesquisa científica, conservação da biodiversidade e educação ambiental ao longo do litoral brasileiro. Focada em espécies-chave e ecossistemas estratégicos, a rede integra ciência, comunidade e educação para fortalecer a consciência ambiental.

O Programa Maré de Ciência da Unifesp, criado em 2012, é uma iniciativa nacional e internacional para popularizar a ciência, fomentar a educação oceânica e promover sustentabilidade, aproximando a sociedade do oceano e incentivando a cidadania ambiental.

O programa conecta escolas, comunidades, universidades, gestores públicos e setor produtivo para construir conhecimento conjunto e apoiar políticas públicas de conservação marinha e resiliência climática.

Informações baseadas na Agência Brasil.

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