O traficante detido por agentes da Polícia Civil da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) é Marcelo Augusto de Oliveira Gomes, 37 anos, conhecido como Baiano. Ele é acusado de comercializar drogas na banca chamada “trepa-trepa”, situada na feira permanente do Setor P Norte, em Ceilândia.
Marcelo possui antecedentes criminais por tráfico de drogas e foi capturado na última sexta-feira (12/9) numa operação que contou com um agente infiltrado da Polícia Civil monitorando o ponto de venda.
O delegado-chefe da 19ª DP, Fernando Fernandes, ressaltou que as denúncias da população, divulgadas pelo Metrópoles, foram cruciais para avançar nas investigações. “Com as informações recebidas, fortalecemos as apurações e conseguimos prender um traficante ativo na feira”, afirmou.
Na delegacia, Marcelo relatou que ao se dirigir para almoçar na Feira Permanente de Ceilândia, testemunhou pessoas consumindo entorpecentes em uma área do local. Aproximou-se para adquirir R$ 50 em cocaína, mas foi abordado por policiais antes mesmo de começar a refeição e levado à delegacia.
Durante as diligências, um policial flagrou uma troca de objetos entre um frequentador e uma usuária de drogas, e com base nisso, nas imagens e no depoimento da mulher, o homem foi preso por vender a substância. Após a prisão, a banca foi fechada.
Em setembro, a columa Na Mira revelou que a banca do trepa-trepa misturava a venda de bebidas alcoólicas com apelo sensual, consumo excessivo de álcool e grande movimentação financeira. Jovens mulheres entre 18 e 25 anos, chamadas de iscas, vestem roupas curtas e usam linguagem provocativa para atrair clientes. Elas recebem comissão de R$ 5 por garrafa vendida e podem faturar até R$ 800 por semana.
Os preços das bebidas são elevados: uma long neck custa R$ 15 e três garrafas de litrão chegam a R$ 93. Mesmo assim, alguns clientes gastam até R$ 3 mil numa única tarde.
Além da comercialização de bebidas, a banca é também uma espécie de local para encontros de garotas de programa, com fotos e contatos exibidos pela responsável. A movimentação é maior nos finais de semana, com eventos privados que podem render até R$ 10 mil.
Embora nem todas as jovens trabalhem com programas, o ambiente é marcado pela venda de álcool, insinuações sexuais, assédio e exposição, enquanto bancas tradicionais da feira permanecem fechadas.