O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta terça-feira (9/9) o ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, como o novo primeiro-ministro do país. Enfrentando derrotas sucessivas no Parlamento e a saída do então primeiro-ministro François Bayrou, a escolha de Lecornu demonstra a confiança de Macron em um aliado de longa data, aumentando também a responsabilidade do político em meio a uma crise política.
De acordo com nota do Palácio do Eliseu, o novo primeiro-ministro recebeu o desafio de consultar as forças políticas no Parlamento para buscar acordos que garantam a aprovação do orçamento de 2026 e a estabilidade institucional. Entretanto, a tarefa é delicada, já que a Assembleia Nacional está fragmentada e o governo minoritário de Macron enfrenta resistência crescente.
Quem é Sébastien Lecornu
Sébastien Lecornu, de 39 anos, é um político conservador que ocupa posições importantes no governo desde 2017. Ele é visto como um dos colaboradores mais próximos de Macron, tendo sido o único ministro a manter seu cargo desde a eleição do presidente. Sua lealdade começou na campanha presidencial de 2017, quando foi um dos primeiros a apoiar Macron.
Na liderança do Ministério das Forças Armadas, Lecornu participou das principais decisões estratégicas de defesa e segurança, incluindo o envolvimento da França na guerra na Ucrânia e sua atuação na União Europeia e na Otan.
Desafios pela frente
A indicação de Lecornu sinaliza a intenção do presidente de manter políticas econômicas pró-mercado, que incluem a redução de impostos para empresas e para os mais ricos, além da polêmica reforma da Previdência que elevou a idade para aposentadoria. O novo primeiro-ministro terá a missão de sustentar essas ações, mesmo diante da pressão popular.
Seu primeiro desafio será político e social: buscar consenso para aprovar um orçamento com cortes de 44 bilhões de euros e administrar protestos previstos, como bloqueios em rodovias e uma greve nacional convocada pelos sindicatos para os próximos dias.
Um governo em constante mudança
Com a saída de Bayrou, Lecornu torna-se o quinto primeiro-ministro na gestão de Macron em menos de dois anos. Desde a dissolução da Assembleia Nacional por Macron no ano passado, após derrotas em eleições, nenhum primeiro-ministro conseguiu permanecer por muito tempo no cargo, refletindo a instabilidade política atual.