Apesar de não termos estações claramente demarcadas no Brasil, manifestações alérgicas e problemas respiratórios são doenças típicas da primavera
Todas as vezes que mudamos de estação do ano, pipocam matérias nos jornais, revistas, televisões e canais de mídia de todo o mundo, sobre as doenças da estação. Bom, se para o hemisfério norte isto é uma realidade, aqui no Brasil temos uma dificuldade imensa de entender como devemos nos adaptar a doenças que tem uma característica de mudança de acordo com o calendário. Afinal, não temos claramente estações marcadas, nosso clima é instável, não respeita muito bem os meses do ano, e as doenças que aparecem nos Estados Unidos ou Europa nas mudanças de data não são iguais. Muitas destas enfermidades são típicas da primavera, com maior número de pessoas que tem manifestações alérgicas ou sintomas reativos a pólen, pó, flores, e ao ressecamento do ar. Mudanças de temperatura, maior umidade ou menor umidade, frio ou calor intenso, estão relacionados a aumento de problemas respiratórios, especial A rinite, asma, problemas de tosse e obstrução brônquica pioram muito neste período, justamente quando a umidade do ar atinge índices baixíssimos. Há aumento das queimadas, da temperatura média e da fragilidade da saúde nos extremos da nossa vida. Nos países com clima mais marcado, o desabrochar das flores, as sementes e tudo relacionado à nova floração levam a crises alérgicas sazonais com espirros, obstrução nasal, coriza e tosse. Os serviços de pronto-socorro que apresentam lotação intensa no período de inverno, voltam a ficar cheios com o aumento das doenças alérgicas respiratórias. Especialmente crianças pequenas e idosos devem ser hidratados com volumes hídricos adequados. Lembramos que são situações em que os indivíduos têm menos sede ou esta sede não é reconhecida. Outras doenças que estão relacionadas a estação do ano são as relacionadas aocalendário escolar, com aumento da presença de fatores de risco com maior aglomeração de crianças em idades precoces, favorecendo a disseminação de episódios de diarreia e doenças de pele. Mas principalmente devemos nos lembrar que a volta do período chuvoso e quente leva a maior risco da proliferação de mosquitos transmissores de doenças como a dengue, a zika e chikungunya. A prevenção deve ser redobrada, com o controle de depósitos de água limpa e parada em todos os locais. Com a ausência da chuva em muitas regiões do país, o descaso com recipientes, pneus, vasos, depósitos vazios e não cobertos, é grande. Com a volta da chuva, estes locais são propícios para o armazenamento de água e a proliferação das larvas de insetos. Em toda a região do Caribe e América Central e do Norte discutem-se os prejuízos causados por terremotos e furacões com enchentes gigantescas causadas pelos fenômenos naturais. As enchentes, no entanto, não são privilégio destes locais e devemos lembrar que no Brasil as cheias dos rios levam a aumentos de doenças graves como as transmitidas por urina de ratos. Alternamos períodos de seca intensa, com até 120 dias sem chuvas a períodos em que as chuvas intensas inundam cidades inteiras. A sazonalidade afeta então todo o planejamento de segurança de um país. Alergias e problemas respiratórios
Aglomerações e arboviroses