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sexta-feira, 22/11/2024
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Conheça a ONG que ensina gestão em favelas e atraiu atenção de bilionários

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Rede de impacto social, de Edu Lyra, conseguiu reunir bilionários brasileiros para investir em um novo plano de expansão para formar líderes comunitários

Meninas do Instituto As Valquírias, de São José do Rio Preto: aporte financeiro e lições de gestão (Germano Lüders/Exame)

No Jardim Paraíso, bairro da periferia de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, casebres estão lado a lado com motéis improvisados. Os moradores convivem com traficantes de drogas e mulheres que se prostituem, revezando-se em busca de clientes nas esquinas do bairro. É nesse ambiente de pobreza que hoje são criadas pouco mais de 1.000 crianças. Sem referências e oportunidades, quando chegam à adolescência o futuro parece estar definido: para os meninos, o crime; para as meninas, a prostituição.

Foi nesse cenário que Amanda Oliveira, hoje com 30 anos, foi criada. Nascida em uma favela na zona sul de São Paulo, com 3 meses de vida sofreu um acidente doméstico com água quente que a deixou com cicatrizes no rosto e na mão esquerda. Aos 7 anos, em busca de uma vida melhor, sua família se mudou para o Jardim Paraíso — e encontrou um ambiente ainda mais hostil. Além da violência no bairro, Amanda era vítima de bullying na escola. Com 12 anos, ela começou a ter aulas de música em um instituto social, o Ielar. “Foi ali que percebi que meu lugar era no palco. Eu não precisava mais me esconder.” Eram os primeiros passos da futura líder comunitária que, anos mais tarde, em 2017, fundaria o Instituto As Valquírias, organização não governamental que atende principalmente meninas com histórico de abuso sexual, físico ou emocional.

As dificuldades em gerir e buscar financiamento para a ONG mostraram que seria preciso encontrar novas formas de manter e ampliar a oferta dos serviços. Foi nesse momento que a realidade de Amanda se cruzou com a de Jorge Paulo Lemann, um dos homens mais ricos do Brasil. Em agosto de 2018, o Instituto As Valquírias inscreveu-se em um edital da rede Gerando Falcões, organização com foco no desenvolvimento das periferias, criada pelo empreendedor social Edu Lyra e financiada por investidores, entre eles Lemann.

A ONG foi uma das seis selecionadas para receber aporte financeiro, treinamento em gestão — com base nas práticas da cervejaria Ambev — e mentoria. “O que precisamos para nossas favelas é capacitar os líderes certos para enfrentar os mais diversos fatores externos da realidade da periferia, como a presença do crime organizado, a fome extrema, a violência policial e a doméstica”, diz Lyra.

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