A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou nesta quinta-feira (4/9) o monitoramento das entradas de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, no Congresso Nacional. A medida gerou desconforto entre alguns parlamentares, que temem que suas visitas sejam incluídas na lista de possíveis conexões com o acusado.
O pedido foi feito pelo deputado Duarte Júnior (PSB-MA) e contou com o apoio de outros membros da Câmara. A presença do Careca do INSS no Congresso é tema controverso, especialmente após um pedido da coluna de Tácio Lorran, do Metrópoles, para acesso às informações via Lei de Acesso à Informação (LAI), que foi negado. O Senado classificou os dados como pessoais e estabeleceu sigilo por 100 anos.
Alguns deputados e senadores mostraram resistência à ideia, alegando que não controlam rigorosamente quem visita seus gabinetes e brincam que pelo menos oferecem café e água aos visitantes. Outro ponto de preocupação é a possibilidade de visitantes mencionarem um encontro com um parlamentar e depois se deslocarem livremente pelo Congresso.
O objetivo da CPMI é investigar eventuais ligações do Careca do INSS com parlamentares. O requerimento abrange registros do Senado a partir de 2011 e da Câmara a partir de 2015, além da solicitação das gravações das câmeras de segurança do Congresso.
Os membros da comissão esperam obter os dados, apesar do sigilo imposto, confiando no poder investigativo do colegiado para garantir acesso às informações.
Investigações incluem mais visitantes
Além do Careca do INSS, o monitoramento foi aprovado para outras nove pessoas suspeitas, relacionadas a entidades envolvidas no esquema de fraudes, como a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB) e a Universo Associação dos Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral da Previdência Social (AAPPS Universo).
Na mesma sessão, a CPMI aprovou convites para ministros da Previdência desde 2015 e convocou o Careca do INSS, bem como os presidentes do INSS dos últimos dez anos, para prestarem esclarecimentos.