O ultimato do União Brasil e do PP para que seus membros deixem os cargos no governo Lula, feito nesta terça-feira (2/9), trouxe um novo fôlego para a oposição, que busca a aprovação do Projeto de Lei da Anistia. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que cresceu o número de líderes partidários favoráveis a colocar o texto em pauta.
Após reunião com os líderes dos partidos, Motta comentou: “Os líderes estão pressionando, estamos analisando a situação e ainda precisamos de mais diálogos”. Ele completou dizendo: “O número de lideranças pedindo a pauta aumentou”.
Embora tenha prometido à oposição em sua eleição, em fevereiro, que pautaria o projeto da anistia, Motta tem se mostrado cauteloso diante da resistência do governo, que é contrário à proposta.
Com a saída do União Brasil e do PP do governo, ministros como Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) podem deixar seus cargos, porém os postos de segundo escalão indicados por Arthur Lira (PP-AL) e por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, tendem a permanecer, o que permite que esses partidos apoiem a anistia sem enfraquecer a base governista.
O governo percebe uma movimentação estratégica relacionada ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A votação do projeto da anistia deve acontecer somente após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, marcado para ser concluído no dia 12 de setembro.
Parlamentares do PP, União Brasil e Republicanos defendem que a votação ocorra após o término do julgamento por suspeita de tentativa de golpe de Estado contra Bolsonaro.
De acordo com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), o cronograma ganhou força devido à presença de Tarcísio de Freitas em Brasília, que se reuniu com o presidente do seu partido, Marcos Pereira (SP), para discutir a anistia. Ele também deve conversar com Hugo Motta, embora ainda não haja data definida.
Lindbergh explicou que nas próximas semanas o tema será debatido no colégio de líderes, motivado pela movimentação do governador de São Paulo, após a reunião dos líderes ocorrida na residência oficial da presidência da Câmara.