O Congresso realizou na tarde desta quarta-feira, 20, a primeira sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar descontos irregulares em aposentadorias e pensões do INSS. A sessão teve resultados desfavoráveis para o governo e para os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A primeira surpresa foi a eleição do senador de oposição, Carlos Viana (Podemos-MG), para presidente da comissão. Ele venceu Omar Aziz (PSD-AM), apoiado por Alcolumbre e alinhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Aziz comentou que a derrota foi causada pela senadora Tereza Cristina (PP-MS) ter encerrado a votação antes de todos votarem. Ela disse que seguiu o regimento e que a maioria já tinha votado.
A segunda derrota do governo foi a escolha do deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator da comissão, decisão do presidente Carlos Viana. A indicação oficial era o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), proposta pelo presidente da Câmara, Hugo Motta.
“Foi uma união inesperada da oposição para garantir um começo limpo e justo para a CPMI, que antes apresentava sinais de condução tendenciosa”, afirmou o deputado Zé Trovão (PL-SC).
A comissão conta com 32 membros titulares, divididos igualmente entre senadores e deputados. Entre os membros estão líderes importantes como Rogério Carvalho (PT) no Senado, Eduardo Braga (MDB), Tereza Cristina (PP), além de Aziz, que lidera o PSD, e figuras como Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-ministro Paulo Pimenta (PT-RS).
Os parlamentares acreditam que a composição reforçada demonstra a preocupação com o impacto dos trabalhos da comissão e as disputas políticas envolvidas.
Estadão Conteúdo