Fábio Pescarini e Francisco Lima Neto
São Paulo, SP (Folhapress)
O aeroporto de Congonhas, que é administrado pela Aena, recebeu uma aprovação importante da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), ligada ao Ministério de Portos e Aeroportos, para voltar a operar voos internacionais. A concessão para essa retomada foi feita após avaliação técnica dos estudos sobre demanda, uso da estrutura e plano de expansão do aeroporto.
A SAC avaliou que o pedido da Aena está em conformidade com as políticas nacionais de aviação civil e o plano nacional para aeroportos. Kleber Meira, diretor-executivo do aeroporto, destacou que essa etapa de internacionalização faz parte do projeto de modernização e reforça a posição de Congonhas como um aeroporto central, eficiente e com alta pontualidade, localizado na principal cidade do hemisfério sul.
Ele ressaltou que o novo terminal, moderno e confortável, com serviços de qualidade, trará uma grande melhora na conectividade, economia e integração na região. Após essa aprovação, outros órgãos ainda vão analisar o pedido antes que a operação internacional comece, prevista para 2028, com a inauguração do novo terminal.
Os voos internacionais planejados serão principalmente para destinos na América do Sul, focando em rotas curtas e médias. O projeto de ampliação do aeroporto envolve um investimento de mais de R$ 2 bilhões e inclui construção de novo terminal de passageiros, ampliação das pontes de embarque (de 12 para 19), novo espaço para estacionamento das aeronaves, hangares novos para as companhias aéreas e melhorias operacionais.
As instalações também serão adaptadas para recepção dos órgãos que cuidam de controles migratórios, aduaneiros, sanitários e agropecuários, garantindo o cumprimento de normas de segurança e facilitando o transporte aéreo.
Inicialmente, a internacionalização começará com voos de aviação executiva, como jatinhos. A operação regular de voos comerciais está marcada para julho de 2028, quando as melhorias estarão concluídas.
A expansão fará com que o número de posições para aviões no pátio aumente de 30 para 37, com 19 pontes de embarque, oferecendo acesso direto às aeronaves (hoje são 12).
As novas rotas privilegiarão países sul-americanos, pois a pista atual, com 1.940 metros, não permite voos para destinos mais distantes, como os transoceânicos. Kleber Meira citou que será importante criar voos para pontos como Aeroparque, em Buenos Aires, ou Santiago, permitindo conexões para outras viagens.
Com a modernização, as novas posições poderão acomodar aviões como Airbus A321neo ou Boeing 737 Max 10, que têm capacidade para mais de 200 passageiros e maior alcance de voo.
Congonhas não tem voos internacionais regulares desde a década de 1980, quando o aeroporto de Guarulhos foi construído. A Aena assumiu a gestão em outubro de 2023 e vai investir R$ 2,4 bilhões para reformar o aeroporto, com a principal mudança sendo a nova área para embarque direto.
A meta da Aena é aumentar o número anual de passageiros para 29 milhões até o fim da concessão, em 2053. No ano anterior, o aeroporto já havia movimentado 23,1 milhões de passageiros.
