O acordo de cessar-fogo que começou a ser efetivado na terça-feira (24/6) entre Israel e Irã foi acompanhado por uma disputa de versões sobre quem saiu vitorioso do confronto militar que durou 12 dias.
Os ataques resultaram em pelo menos 634 mortes e um número não divulgado de feridos. Do total de vítimas, 606 foram identificadas pelo governo iraniano como cidadãos do país. Em Israel, o número de mortos chega a pelo menos 28.
Imagens de iranianos com bandeiras nacionais reunidos em locais públicos para comemorar a suposta vitória contra Israel circularam globalmente. O conflito foi considerado histórico pelo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, em comunicado veiculado pela mídia estatal.
“Hoje, após a postura destemida da nossa grande e histórica nação, presenciamos um cessar-fogo e o fim da guerra de 12 dias imposta ao povo iraniano pela ousadia criminosa do regime sionista”, declarou Pezeshkian.
Enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, enalteceu a atuação do país durante o conflito. Ele afirmou que Israel alcançou todos os objetivos contra as instalações nucleares do Irã por meio da operação chamada Leão Ascendente.
“Israel eliminou uma dupla ameaça existencial, tanto relacionada ao programa nuclear quanto aos mísseis balísticos. As Forças de Defesa de Israel obtiveram superioridade aérea total sobre Teerã, atingiram decisivamente a liderança militar e destruíram dezenas de alvos estratégicos do regime iraniano”, destacou Netanyahu.
Contexto do conflito
Após 12 dias de combates iniciados por Israel contra o programa nuclear do Irã, as duas nações concordaram com o cessar-fogo anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que entrou em vigor na madrugada de terça-feira.
Logo após o início do cessar-fogo, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou uma resposta firme do exército israelense a qualquer violação do acordo pelo Irã. O exército relatou o lançamento de dois mísseis iranianos ainda na manhã de terça-feira.
Impactos e danos
O número de vítimas fatais chegou a pelo menos 634, sendo que a maioria esmagadora (606) era de cidadãos iranianos. Israel confirmou 28 mortes durante o conflito iniciado em 12/6. O número de feridos permanece desconhecido, embora o Irã estimasse cerca de 4 mil.
Quanto aos danos materiais, os estragos foram significativos. Os mísseis de Israel destruíram vários edifícios iranianos, incluindo instalações nucleares, militares, prédios civis e estruturas da TV estatal do Irã. O país sofreu a perda de dezenas de líderes militares, como o chefe do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami.
Apesar do sistema de defesa antimísseis de Israel, conhecido como Domo de Ferro, ter sido eficaz, alguns mísseis iranianos penetraram o espaço aéreo e causaram danos e mortes em solo israelense.
Desenvolvimento do cessar-fogo
O cessar-fogo foi anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na segunda-feira (23/6). Contudo, horas depois da declaração, Israel e Irã continuaram a se atacar com mísseis balísticos, criando incerteza sobre o respeito ao acordo.
Mesmo após a comunicação de que as hostilidades seriam interrompidas, Israel acusou o Irã de lançar mísseis contra seu território. No entanto, não foram notificados novos ataques durante a madrugada seguinte, estabilizando temporariamente a situação na região.