Autoridades e empresários brasileiros, incluindo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, viajam nesta quarta, 12, levando ajuda humanitária ao país
O ex-presidente Michel Temer confirmou sua participação na missão oficial brasileira que levará auxílio humanitário ao Líbano. O grupo parte nesta quarta, 12, de manhã, da Base Aérea de Guarulhos, em São Paulo. Temer chefiará a comitiva, que também contará com Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), além de parlamentares, diplomatas e empresários brasileiros. Eles serão recebidos pela embaixada do Brasil e autoridades locais na quinta, 13, em Beirute.
O grupo deverá viajar em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que levará 5,5 toneladas de mantimentos, insumos, medicamentos e equipamentos hospitalares. São cerca de 300 respiradores e 100 mil máscaras cirúrgicas.
Também integram a missão oficial brasileira Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o almirante Flávio Viana Rocha, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, o embaixador Kenneth da Nóbrega, secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África do Itamaraty e o general de Brigada Carlos Augusto Fecury Sydrião Ferreira, representante do Exército.
O ex-presidente Temer é réu da Operação Lava Jato junto à Justiça Federal do Rio de Janeiro. O juiz Marcelo Brêtas concedeu uma autorização para que ele pudesse chefiar a missão brasileira em nome do presidente Jair Bolsonaro. A comitiva deverá visitar os locais mais afetados pela explosão no porto de Beirute que destruiu bairros inteiros da cidade na última terça, dia 4.
A intenção, além de levar ajuda humanitária, é tentar colaborar na mediação do conflito político no Líbano – depois de protestos em massa contra o governo, acusado de ter sido negligente com o armazenamento de materiais inflamáveis no porto, o primeiro-ministro Hassan Diab e todo o seu gabinete renunciaram nesta segunda, 10.
A explosão de 2.700 toneladas de nitrato de amônia, material usado na fabricação de bombas, destruiu bairros inteiros de Beirute e deixou 300.000 desabrigados. São mais de 200 mortos e 6.000 feridos. A Cruz Vermelha e os bombeiros ainda procuram corpos nos escombros.
Pelo menos três hospitais foram destruídos e outros dois tiveram sua estrutura afetada. A tragédia empurrou ainda mais o Líbano para um desastre humanitário e econômico sem precedentes. O país enfrenta uma inflação galopante, uma de taxa de desemprego de 30% e uma forte desvalorização da lira libanesa frente ao dólar.