O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas (FGV) reduziu 0,7 ponto em outubro em comparação ao mês anterior, alcançando 89,8 pontos. Na média móvel de três meses, o índice caiu 1,7 ponto, situando-se em 90,2 pontos, marcando o sétimo declínio no ano.
O economista Stéfano Pacini, do FGV Ibre, comenta que o resultado evidencia um sentimento de pessimismo dentro do setor, que também se reflete nas expectativas futuras. “Essa percepção negativa é notada em todas as categorias de uso, especialmente nas produtoras de bens duráveis, que são mais afetadas pela política monetária restritiva. Esse panorama demonstra claramente a complexidade do cenário macroeconômico para a indústria, que tem apresentado sinais de desaceleração na segunda metade do ano”, enfatiza.
Analisando os componentes do índice, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 0,8 ponto, chegando a 94,2 pontos. O Índice de Expectativas (IE) recuou 0,7 ponto, atingindo 85,4 pontos, o menor resultado desde junho de 2020. O indicador relacionado à produção esperada caiu 1,3 ponto, chegando a 82,9 pontos, também o pior patamar desde junho de 2020.
Por outro lado, o nível de estoques aumentou 0,2 ponto, alcançando 106,4 pontos, o maior desde dezembro de 2023. Isso indica que a indústria está enfrentando dificuldades devido ao acúmulo de produtos. Quando este indicador ultrapassa os 100 pontos, significa que os estoques estão elevados, além do ideal.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) caiu 0,7 ponto percentual, ficando em 81,9%.
Os dados foram coletados entre 1º e 24 de outubro, e a próxima divulgação da pesquisa está marcada para 26 de novembro.
Estadão Conteúdo
